*Com Rui Marote (fotos)
O caso da insubordinação a bordo do navio-patrulha NRP Mondego está a dar que falar em todo o país. É o assunto do momento, e motivou mesmo uma deslocação do chefe de Estado Maior da Armada, almirante Gouveia e Melo, hoje ao Funchal. Tendo sido realizada entretanto uma verificação das condições do navio, a mesma aponta no sentido de que os 13 militares que recusaram sair numa missão de acompanhamento da passagem de um navio russo a norte do Porto Santo não tiveram razão: o navio, embora não se apresentasse em perfeitas condições, estaria capaz de afrontar o mar.
Gouveia e Melo disse que sempre manteve confiança nas decisões tomadas pela linha de comando. Depois de já ter mencionado recentemente a importância da disciplina no funcionamento das forças armadas, o almirante que se notabilizou à frente da “task-force” anti-Covid-19 não deixou de sublinhar que os navios de guerra funcionam, por própria inerência das suas funções, muitas vezes em condições adversas e mesmo com várias funções degradadas, mas nem por isso deixam de cumprir as suas missões, pelo que a decisão dos quatro sargentos e nove praças em recusar-se a cumprir uma ordem de saída para o mar foi tudo menos acertada. Estes membros da tripulação, entretanto, já foram substituídos e regressaram ao continente.
O facto de não haver condições perfeitas nos navios, realçou ainda, é algo que não se verifica apenas na Marinha portuguesa, mas em todas as marinhas dos diferentes países.
Assim, a decisão do comandante do NRP Mondego de realizar a missão terá sido acertada, pois existiam condições para isso, assevera Gouveia e Melo.
Por outro lado, o almirante afirmou que o navio russo em questão dedica-se a actividades de espionagem, “medindo cabos submarinos”.
O caso de insubordinação está agora nas mãos da Polícia Judiciária Militar.