Ministro da Educação diz que uma “solução de avaliação integrada” está para breve

(*LC)

Ministro da Educação Tiago_Brandão_Rodrigues retrato oficial

Ontem, segunda-feira, na sua visita à Escola Secundária da Baixa da Banheira, Moita, o Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, declarou que ao longo desta semana será divulgada à comunidade educativa uma “solução de avaliação integrada”. Ficaremos a saber que tipo de avaliação vai substituir os exames nacionais do 4.º ano e quais as propostas do ministro para os restantes anos de escolaridade.

“Todo o processo de avaliação está a ser estudado e ao longo desta semana teremos informação para fazer chegar à comunidade educativa, em tempo útil e que não vai interferir com o funcionamento das escolas”, afirmou.

Inquirido se essa solução de avaliação integrada seria somente para o quarto ano ou se também iria abranger o sexto e nono ano, Tiago Rodrigues disse que será uma “solução integrada de avaliação e aferição”.

“A avaliação não é um fim último, mas pode ser uma ferramenta para criar caminho para melhorar a promoção do sucesso escolar”, avançou.

O Ministro da Educação declarou também que foi formado um grupo de trabalho para se debruçar sobre as metas curriculares e que espera dentro de pouco tempo ter informação sobre o assunto para anunciar. As metas são uma descrição pormenorizada dos objetivos a atingir pelos alunos em cada disciplina e ano de ensino.“É outra das preocupações que temos”, reconheceu Tiago Brandão Rodrigues.

O anterior ministro, Nuno Crato escolheu como disciplinas “fundamentais”  a Matemática e o Português, por sua vez, o seu sucessor, defendeu a importância de “competências transversais”, das “artes, do desporto e das ciências experimentais”.

Segundo a Renascença, os directores escolares e sindicatos de professores estão optimistas e mostram-se disponíveis para dar o seu contributo.

O mesmo órgão de comunicação social refere que a notícia da apresentação de uma “solução de avaliação integrada” foi recebida sem surpresa pelo secretário-geral da Federação Nacional de Educação (FNE). João Dias da Silva reconhece que era aquilo que desejava que acontecesse: um “plano integrado de avaliação”, depois de ouvidos os parceiros educativos e que seja duradouro.

Contudo, João Dias da Silva adverte que os exames não podem ser abolidos repentinamente, “sem que se tenha uma ideia global e integrada sobre o que é que se pensa sobre todas as modalidades de avaliação dos alunos: seja avaliação interna, seja avaliação externa, seja avaliação diagnóstica ou aferida.”

Também o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE) está optimista. Manuel Pereira afirma que os directores “ainda não sabem nada do que virá, mas estão expectantes e têm a certeza, que vindo de uma pessoa que vem da aérea da ciência e da investigação não corremos o risco de ter experimentalismos novos na escola, sem pelo menos haver avaliação do que está para trás.”

Manuel Pereira  acrescenta que “é fácil ter uma perspectiva optimista , quando a tinha perfeitamente pessimista em relação ao ministro anterior ”.

O atual Ministro da Educação tomou posse a 26 de Novembro de 2015. Do seu currículo fazem parte o doutoramento em Bioquímica, em 2007, em Coimbra, passagens por Madrid e Estados Unidos, vivendo mais tarde na Grã-Bretanha onde trabalhou no Cancer Research UK em Cambridge. Em 2013 foi notícia pela investigação que desenvolveu na área da oncologia na deteção precoce do cancro.