Liberais lamentam que PSD-CDS tenham seguido “a via mais fácil”

foto Rui Marote (arquivo)

A Iniciativa Liberal reagiu através de comunicado ao acordo de PSD-CDS com o PAN, dizendo que os social-democratas e os centristas “escolheram a via mais fácil”, renegando assim um possível acordo com a IL. Dizem os liberais que foram contactados a vários níveis pelo PSD na noite eleitoral após a confirmação de que a coligação PSD/CDS não teria maioria absoluta.

A Iniciativa Liberal respondeu “que estaria disponível para conversar, como sempre esteve, e discutir uma solução que pudesse melhorar a vida dos madeirenses, o que passaria sempre por redução de impostos, resolução das listas de espera na saúde e
combate ao compadrio e corrupção”.

“A Iniciativa Liberal é um partido responsável que coloca sempre os interesses dos portugueses à frente de qualquer outra consideração partidária. A Iniciativa Liberal estará sempre à altura da sua responsabilidade de defender as suas ideias e os seus valores e de garantir soluções estáveis de governabilidade que melhorem a vida dos portugueses, impedindo que fiquem reféns de visões de governação socialistas, populistas, extremistas, dirigistas ou sectárias”, afirmam.

Ora, após os contactos estabelecidos na noite eleitoral, a IL recorda que “afirmou perante o país que não seria por sua causa que a Madeira não teria estabilidade governativa e que existia disponibilidade para as partes discutirem, medida a medida, orçamento a orçamento, um governo estável e mais liberal para a Madeira, sendo que a Iniciativa Liberal deixou claro que em nenhum momento o faria depender de quaisquer cargos ou funções”.

Porém, ainda durante a noite eleitoral, começaram a circular notícias, nunca desmentidas, que apontavam para negociações que já estavam em curso entre o PSD e o PAN, tendo vindo mais tarde a ser confirmado um acordo de governação entre o PSD e o PAN para a região.

“Face a estes factos, a Iniciativa Liberal considera-se desobrigada de qualquer responsabilidade e honrará na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira o compromisso assumido com os seus eleitores, uma posição de avaliação caso a caso de todas as propostas discutidas, propondo e viabilizando aquelas que trouxerem vantagem para os madeirenses e fazendo oposição a tudo o que o
novo governo da Madeira queira implementar que não seja liberal e atrase a vida dos madeirenses”, assegura o coordenador Nuno Morna, e bem assim Rui Rocha, presidente da IL.

Os liberais apontam, no entanto, que o PSD, “podendo optar por um caminho reformista, orientado para a liberdade económica, política e social, acabou por decidir pela via proibicionista, sectária, limitadora da actividade económica associada ao turismo, dirigista e inimiga do mundo rural. O PSD preferiu uma governação condicionada por uma visão animalista do que baixar impostos às pessoas”.

“Reduzir a carga fiscal e assegurar o combate à corrupção e uma maior transparência são áreas em que se percebe agora em que o PSD teria grandes dificuldades em assumir compromissos, optando por sacrificar o interesse dos madeirenses e abdicando de qualquer tipo de coerência no país”, acusa a IL.

As primeiras propostas que a Iniciativa Liberal vai apresentar no Parlamento Regional terão como objectivo reduzir a carga fiscal sobre os madeirenses e permitir o voto antecipado em mobilidade para conferir aos madeirenses os mesmos direitos políticos que os restantes portugueses já possuem, conclui o comunicado.