Estepilha: Marina do Funchal, mar da palha

Rui Marote
Os trabalhadores são sempre os mesmos, mas não são suficientes: a APRAM  não tem meios para acudir esta poluição.
Assistimos durante duas semanas, no cais norte, Pontinha e rampa de São Lázaro, a cursos de poluição marítima com rebocador, uma lancha de pilotos e barcos pneumáticos da Polícia Marítima e GNR. São todos formados em poluição, mas na altura do oh da guarda! ninguém aparece.
Com o “Oscar” que massacrou a Madeira, as ribeiras transportaram para suas foz aglomerados de toda a lixeira  acumulada nas margens.
As imagens são elucidativas: no interior da marina aguarda a recolha desses materiais. Ontem a APRAM acudiu a rampa do Lobo Marinho onde boiavam troncos pondo atracagem problemática e as hélices a serem danificadas do ferry. Os portos não tem pessoal para acudir essa emergência e muito menos barco de recolha. O barco antipoluição continua a apodrecer nas instalações do varadouro de São Lázaro.
Isto faz lembrar ao jornalista quando estava no Niassa cumprindo serviço militar. Dirigia os trabalhos de capinagem nas instalações do quartel quando um dos soldados indígenas referiu: “Meu furriel isto não e para se fazer  mas para se ir fazendo…”
Quanto à foz da ribeira de São Lázaro, elogiei e dei o cognome ao secretário da tutela São Pedro Fino por desassorear a foz três vezes ao ano levando todos os inertes ali acumulados. Mas este ano caiu no esquecimento. O resultado está à vista: quatro máquinas e uma dezena de camiões não têm mãos a medir…
Na história da Marina não ha memória da “porta” de entrada e de saída estar encerrada.
Conforme o FN reportou já ontem, na ribeira de São João depositou metros cúbicos de aglomerados que desaguaram à entrada da marina impedindo o tráfego dos iates.
Com certeza terão de recorrer à draga “Baixio” para limpar através de balde. Entretanto, prossegue a limpeza com meios”pré -historicos e a passo de caracol. Faz lembrar um chavão do meu saudoso amigo Nicolau, fotógrafo: “Vão ver com quantos paus se faz uma canoa”.