Milhares de alunos do 12.º ano de escolaridade de todo o país estrearam-se hoje, pelas 09h30, nos exames nacionais, com a realização da prova de português.O exame volta a surpreender alunos e professores pela insistência na avaliação de conhecimentos sobre o Nobel da Literatura Portuguesa,José Saramago e a sua obra Memorial do Convento. Pelo terceiro ano consecutivo, os alunos foram hoje chamados a analisar um texto de Saramago, desta feita sobre o poder libertador da arte, nomeadamente da música, na opulenta corte de D. João V.

Os estudantes que não quiseram aproveitar a meia hora de tolerância e que saíram pelas 11h30 consideraram a prova acessível, nomeadamente pelo facto de não terem sido questionados sobre conteúdos previsíveis e mais complexos como a poesia épica ou lírica de Camões e Fernando Pessoa. O texto narrativo é sempre bem mais acessível à interpretação, se bem que um dos grupos do exame contemplasse um texto poético da autoria de Sophia de Mello Breyner Andresen, sobre o poder mágico da música e de busca da identidade humana.

O tema aglutinador do exame foi a arte musical e o seu papel na libertação e criatividade humanas e procura de identidades. A componente de funcionamento da língua apelava a conteúdos gramaticais, com algumas questões que exigiam cautela e, finalmente, a produção do texto argumentativo a incidir sobre o tema da publicidade, nas suas vertentes positivas e negativas, tendo por bases os múltiplos impulsos sensoriais a que a sociedade do marketing está hoje sujeita.

Os estudantes consideraram a prova acessível e aguardam os resultados desta primeira fase em julho. Estão conscientes de que a prova tem critérios de correção bem restritos definidos pelo IAVE e a redação e interpretação farão toda a diferença. Segue-se, também em meados de julho, a segunda fase da mesma prova.

Os exames prosseguem, sendo que estas provas têm uma ponderação de 30% na avaliação final de um aluno interno.