A CDU reuniu-se hoje com o bispo da Diocese do Funchal, D. Nuno Brás, com o propósito de dar continuidade à iniciativa intitulada “Empobrecer”.

Nesta audiência com D. Nuno Brás, a CDU apresentou um documento que situa os actuais problemas do empobrecimento, as suas causas e consequências, procurando também a identificação de propostas resolutivas, refere o partido.

Edgar Silva, no final deste encontro com o prelado, afirmou à Comunicação Social que “a CDU destacou o problema do agravamento da exclusão social, associado ao empobrecer, que se intensifica com a segregação residencial na cidade. Em nome de uma propagada reabilitação urbana, são excluídas para as ultraperiferias as populações com menores rendimentos”.

Para a CDU, como referiu Edgar Silva, “estamos em presença de uma dupla forma de penalização social de quem está a empobrecer. Quem empobrece, para além de não ter meios para responder à especulação imobiliária, é expulso para as periferias. E este é um perverso mecanismo de segregação social e de desintegração dos sectores populares que eram do centro da cidade”.

De acordo com Edgar Silva, “os ainda-não-pobres estão a ser pontapeados para fora da cidade em processos de segregação residencial. E nestes processos de empobrecimento, do aumento do custo de vida, da desigualdade social, resulta que tanta gente não pobre está a ser impelida para lugares sociais estranhos, para sítios de exclusão, na periferia”.

Para a CDU “importa despertar para a gravidade das políticas de incentivo à especulação imobiliária e à segregação residencial na cidade, promovidas pelos governantes, que, ao fomentarem a remoção do povo da cidade, estão a ampliar as consequências negativas do empobrecer, tão sentido por tanta gente nesta Região”.

O Bispo da Diocese do Funchal, D. Nuno Brás, pelo seu lado, manifestou-se sensível e atento a estas dinâmicas do empobrecimento, e expressou preocupação face às novas realidades do empobrecer nesta Região, referem os comunistas.