Pedro Calado dá a entender postura favorável à aquacultura

O edil funchalense, Pedro Calado, disse desejar uma maior divulgação do trabalho científico sobre a temática marítima, ao participar no encerramento do 1.º Encontro do Mar – ‘Um Mar de Oportunidades’, evento que decorreu na Reitoria da UMa, no Colégio dos Jesuítas, no Funchal.

Calado garantiu que pretende dar continuidade à política de investigação científica no concelho do Funchal. O autarca anunciou que “a economia do mar já representa 10% do nosso PIB, o que é significativo, e nós não podemos de forma alguma descurar este sector”.

No segundo dia do Encontro, foram apresentados vários estudos sobre o que aconteceu na RAM com a aluvião em 2010, nos incêndios de 2016 e a influência climática nos oceanos. O presidente da CMF enalteceu todo o trabalho científico em torno destas matérias, embora reconheça que “os imensos artigos científicos que são apreciados e estudados a nível internacional e a nível mundial não têm expressão pública na Região”.

Dando o exemplo da aquacultura, referiu que quem está preocupado com a sustentabilidade dos ecossistemas, quem está preocupado com o ambiente, com a alimentação, com a fauna marinha, tem de discutir seriamente estes temas com conhecimento científico em vez de politizá-los.

“Dedicamos muito dinheiro à investigação em estudos e em conhecimento, mas depois na prática a população continua a ter um feeling das coisas que é completamente errado e desfasado daquilo que é realidade e atrasam-se decisões politicas em função de um conceito teórico que a população tem porque o conhecimento cientifico não é amplamente ou corretamente difundido. É um mau exemplo na minha opinião da má comunicação que se tem vindo a fazer dos conhecimentos nesta matéria”, opinou.

Também referiu que os recursos marinhos não são infindáveis. “Há limites e é preciso criar alternativas. Das duas uma: ou morremos à fome para proteger a natureza ou vamos usar a natureza de forma correcta para sustentarmos o nosso crescimento económico. O que pedia hoje à comunidade científica é que ajude aos decisores políticos a transmitir melhor o conhecimento que nós temos de passar lá para fora, mas de forma prática e pragmática para que as pessoas entendam efectivamente o que estamos a defender”.

No entender de Pedro Calado, quem está no poder político tem de conciliar todas estas matérias, tem de conciliar a defesa da natureza e do crescimento económico.

Defendeu ainda o projecto de ampliação do molhe da Pontinha, para defesa da costa e prometeu defender a qualidade ambiental das nossas águas.

O presidente da CMF julga que Portugal deveria dar mais atenção aos recursos marinhos, tendo destacado que na Madeira há um claro benefício com o turismo marítimo. “Temos mais de 600 mil turistas que visitam a Região, em mais de 300 escalas, mas é preciso potenciar um turismo de qualidade e de crescimento económico”, considerou.