Estepilha: Cuidado com a boca…

Foto R. Marote (arquivo)
Rui Marote
Estepilha, não se trata de nenhuma campanha de prevenção de medicina dentária.
O bem e o mal estão no poder da língua. Cada um decide como usá-la.
Ao longo do último ano e recentemente alertei para os problemas que iríamos enfrentar com o encerramento da nossa porta marítima e a falta de entendimento com o nosso “vizinho” Canárias.
Ignoramos que somos ilhéus, e que para entrar e sair só temos duas portas, aeroporto e portos.
Recentemente fomos “alertados” no JM: “Canárias retomam e Madeira fica a ver navios a passar”. A RAM não viu chegar aos seus portos este mês Aidas nem Mein Schiff; pelo contrário, os portos canários foram “garagem” desde que que a  epidemia apareceu. São 17 (ver FN de 11 de Março – “Canárias quartel general dos Aidas”).
O “Cuidado com a boca” que o Estepilha põe aqui em relevo refere-se a 12 de Setembro de 2019, quando Miguel Albuquerque afirmava: – “Não vendemos o porto, o que vendemos são circuitos turísticos e por exemplo a situação das Canárias está-se a agravar.” Palavra que sai já não volta para trás. Afinal a reivindicação do aumento do Porto do Funchal com estas afirmações deixa de ser necessário…
Conheço mais de 70 portos desde o Estreito de Magalhães, Pacífico, Ásia,África, América do Sul e Norte, Alasca e Europa, Canal de Suez e Canal do Panamá, uns com portos e outros fundeados. Como exemplo, dou duas ilhas Santorini-Grécia que os cruzeiros ficam ao largo, e as Ilhas Caimão, nas Caraíbas. Ninguém chega a nado nem são lançados de pára-quedas…
O deputado Paulo Neves ainda esta semana na Assembleia da República no seu “sermão aos peixes” chamava a atenção a António Costa para a falta de compromisso, vincando o reforço da competitividade  das infraestruturas portuárias e aeroportuárias e a ampliação do porto do Funchal que de forma incompreensível não é considerado um projecto de importância e impacto nacional.
Queremos a “carta de alforria” mas na hora da verdade não temos capacidade para resolver um problema com um parceiro das regiões periféricas, olhos nos olhos e pedimos a intervenção do ministro dos negócios estrangeiros para falar com o seu homólogo espanhol.
Alguém acredita neste balanço da APRAM de cerca de três milhões de euros às perdas registadas ano passado pelo cancelamento de escalas e fecho do porto do  Funchal!? Afinal as nossas taxas não são tão altas como a oposição afirma no parlamento… Como diz o povo “Em boca calada não entra mosca”…