Rui Marote
Só eu é que vejo… ou estamos todos cegos? E comentam, enfim, “lá está ele que não tem nada que faça… pega com tudo”.
A Avenida Sá Carneiro é porta de entrada da cidade para uma maioria de visitantes.
Poluir a paisagem é crime, e como somos uma terra que necessita de atrair turistas, todos os cuidados são poucos.
Na entrada do túnel junto à rotunda existiam os silos de cereais hoje demolidos. Recorde-se que alguém propôs essa estrutura para museu, triste ideia. Esse espaço foi durante algum tempo depósito (estaleiro) de apoio às obras do cais norte. A empresa que utilizou esse espaço colocou uma porta provisória de chapa de zinco, que ainda hoje é o cartaz estampado para os veículos e transeuntes que circulam em direcção ao porto ou para quem percorre nas suas caminhadas o calçadão. Ornamentada com um grafitti péssimo, a chapa conspurca toda a paisagem.
Tentei averiguar quem é o “dono” do terreno dos ex-silos mas não cheguei a conclusão nenhuma. Já foi dos Portos ou já não é, outros falam da Sociedade Metropolitana…
São estas ‘quintinhas’ o refúgio de certos secretários regionais. A lota do Funchal fica do outro lado da estrada a que nos referimos há muito como a “Aleppo da Madeira” com a estrada de acesso bloqueada por um montão de chapas derrubadas que nos faz lembrar um bombardeamento.
O secretário Humberto Vasconcelos, da Agricultura e Pescas, tem um projecto concluído para edificar uma nova lota. Neste momento o arranque das obras tem um obstáculo que emperra: continua à espera de um parecer dos Portos, sob a alçada do seu colega Eduardo de Jesus, que não define os limites da estrada, a tal que continua a ser uma imagem de “guerra” no porto do Funchal.
Interrogamo-nos:- Nas reuniões de Governo à quinta-feira, os secretários estão de costas voltadas um para o outro, ou reúnem-se separadamente? Estão à espera que Miguel Albuquerque dê um “murro” na távola redonda, para que se entendam?
A Associação de Promoção da Madeira só tem deveres de promover, mas deveria ter direitos, para exigir que os maus cartazes fossem banidos, não prejudicando o investimento e esforço na promoção desta terra.
Suponhamos que este portão estava ao lado da Quinta Vigia, da Sé Catedral, do Palácio de São Lourenço ou da Câmara Municipal do Funchal: de certeza que tinha os dias contados. Mas está, sim, à entrada da “galinha dos ovos de ouro”, que é o nosso turismo regional e a primeira imagem que se tem da cidade.