A história da casinha (do gás) com um final infeliz

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Rui Marote (texto e fotos)

Há histórias com um final infeliz. Muito se tem escrito acerca da instalação da casa do gás do novo hotel Pestana CR7 na Praça do Mar. Esta telenovela está longe do seu término. O argumentista em breve terá novos episódios. Aguardemos.

Já alertámos para o retalhamento daquela área da Avenida Sá Carneiro, em termos de responsabilidades. Nela estão envolvidas três Secretarias Regionais.

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Os portos são da alçada da Secretaria da Economia, a Praça do Mar e as lojas debaixo do calçadão desde a entrada da Pontinha são da tutela das Sociedades (Secretaria das Finanças) e a lota e o entreposto frigorífico são da tutela da Secretaria Regional da Agricultura e Pescas. Finalmente, os jardins do calçadão estão sob a supervisão directa do presidente do Governo, Miguel Albuquerque.

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Já diz o ditado: ‘Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão’.

No braço de ferro para a instalação do local para o gás, o secretário Eduardo Jesus acabou por lavar as mãos, como Pilatos. Quem ficou com a ‘batata quente’ foi Rui Gonçalves, secretário das Finanças, que herdou as Sociedades Metropolitanas.

Pestana e CR7 vão dar vida a uma praça que estava com toda uma estrutura paralisada e condenada ao fracasso, com a instalação de um hotel e de um museu. Mas há pormenores com os quais os arquitectos esbarram e em que as soluções acabam por não ter um final feliz.

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O dono da obra quer uma piscina. Correcto. Toca a construir. Mas tem de ser aquecida, e aqui surge a novela da instalação do gás que os leitores do FN têm acompanhado.

A APRAM invocou medidas de segurança na sua área e sacudiu a água do capote. Solução: a praça ficou com o ‘pombal’. Assunto arrumado. Quem manda é a Sociedade Metropolitana.

Não conhecemos em nenhuma praça do mundo instalações para gás. Os madeirenses são férteis em ideias. Será que o arquitecto desta praça tem conhecimento dessa instalação?

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Além de estragar a paisagem, a escassos metros da rampa de acesso ao cais norte e a 20 metros de uma esplanada, é no mínimo deselegante. Para não falar em questões de segurança.

No referido ‘pombal’, um dístico alerta para não fazer lume. Já agora deviam colocar outro dístico: ‘não urinar, dá choques’… e ficava completa a informação.

Não somos engenheiros nem arquitectos mas vamos sugerir um local.

Em frente ao local onde está instalada a piscina, atravessando a estrada que dá acesso ao Parque de Santa Catarina, ao lado das antigas instalações da APRAM, onde funcionava o arquivo, nos terrenos da Câmara onde hoje habita uma colónia de gatos, a referida casinha só tinha de abrir um pequeno rasgo na Avenida em direcção ao edifício do hotel, tornando-se camuflada esta instalação. É caso para dizer ‘cabecinha pensadora’… Será que a edilidade se oporia? Pensamos que não. Mas este folhetim está longe de chegar ao fim.