Ricardo Vieira 

Paulo Portas não foi indiferente.
Nos últimos quinze anos marcou a política em Portugal.
Polémico, contundente, mas sem dúvida de forma inteligente e muito comunicativa, Paulo Portas deixa um legado muito importante neste Portugal do início de século.
Nos ministérios por onde passou deixou marca. Negócios estrangeiros e Economia em especial. Conhecedor dos dossiers, apaixonado pela causa pública, dedicou-se de forma abnegada e muito relevante. Podemos não estar sempre de acordo com ele, e podemos achar que algumas das suas declarações foram infelizes ou inconsequentes, mas sem dúvida que o seu propósito de criar espaço para uma direita popular, credível e significativa foi conseguido.
É altura do CDS voltar à trincheira da sua doutrina, do que o caracteriza do que justifica a sua existência no espaço nacional. Partido de valores, de referências, de causas. O País agora dominado por uma cultura libertária, esquerdista, irresponsável e despesista, precisa de um baluarte de segurança ética na política que a contraponha. Essa é a tarefa do CDS.
Portas entendeu melhor que ninguém que nesse tempo novo o seu contributo era dispensável. A renovação para ser eficaz e verdadeira não é apenas uma mudança de caras ou de gerações, mas é fundamentalmente a mudança de linha estratégica mais adequadas aos novos tempos que aí vêm.
Mais uma vez provou que é um homem inteligente e muito atento à realidade portuguesa.
Sinto um dever de gratidão para com o Dr. Paulo Portas. Até neste ato.