Grupo AFA responde aos arquitetos: não vamos alterar rigorosamente nada

SAVOY01O Grupo AFA não vai alterar rigorosamente nada no projeto do novo hotel Savoy, simplesmente porque o atual é legal e está licenciado pela Câmara do Funchal.

A garantia foi avançada esta tarde ao FN pela administração do grupo que adquiriu o antigo património de Joe Berardo e Horácio Roque, em resposta à petição pública lançada pela delegação regional da Ordem os Arquitetos, entidade que está contra a volumetria prevista para o edifício a construir na Avenida do Infante.

Pedro Calado, o administrador, sublinhou que qualquer alteração nesta fase do processo implicaria novas licenças e anos de atraso na concretização do projeto, o que é algo de impensável quando estão reunidas todas as condições, legais, logísticas e técnicas, para arrancar com as obras em janeiro.

Face aos argumentos de volumetria excessiva – 16 pisos -, o administrador não os contesta, mas recorda que o projeto já existia e está de acordo com os condicionamentos impostos pelo Plano de Pormenor definidos pela autarquia para a localidade.

“Se formos a analisar, não excede os índices de construção de outros edifícios que existem na zona, nem a área de construção está esgotada”.

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Embora atento às movimentações que agora se tornam públicas, o responsável afirmou que o Grupo AFA está descansado e confiante num projeto que considera de excelência para o turismo da Região e para a recuperação paisagística da cidade do Funchal. Isto sem referir os ganhos sociais e económicos que resultarão, quer durante a construção, quer após a entrada em funcionamento da nova unidade hoteleira. Daí que Pedro Calado prefira responder aos críticos com alguma dose de realismo.

“Durante três anos, as obras darão diretamente trabalho a cerca de 350 pessoas, na área da construção civil, e indiretamente a outras tantas centenas através das empresas a contratar. Depois de construído, o hotel criará 200 novos postos de trabalho. Ora, são números demasiado importantes para estarmos distraídos com questões como a sombra e a luz. É até uma questão de respeito para com uma região e uma população que sofreu o drama do desemprego. Deveriam era enaltecer a coragem dos empresários que investem na Madeira”.

As obras do novo hotel, com um custo estimado em 60 milhões de euros, iniciam-se no próximo mês e têm uma duração prevista de dois anos e meio, pelo que é esperada a entrada em funcionamento em finais de 2018. A unidade hoteleira a surgir na zona do antigo Hotel Savoy vai aumentar a capacidade hoteleira da Região em 400 camas.

Câmara pede alterações “estéticas”

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O Hotel Savoy Classics foi construído em 1912, com 337 quartos distribuídos por nove pisos. Na década de 1970, foi alvo de uma remodelação e, até 2011, tinha 13 andares. Conforme o FN anunciou em primeira mão, o hotel acabou sendo vendido, no início deste mês, ao empresário Avelino Farinha (AFA) e a sua reconstrução podia “finalmente avançar”, depois de o original ter sido demolido e assim ter ficado desde 2011.
A Câmara do Funchal teve de prorrogar o prazo do projeto por mais três anos, visto que caducava a 16 de dezembro.
Sabe-se que o gabinete de Paulo Cafôfo manteve recentemente conversações com o grupo AFA, no sentido de serem efetuadas algumas alterações do ponto de vista estético na avenida do Infante”, uma das principais artérias da cidade, para que não represente uma “barreira agressiva naquela zona”. De acordo com fonte autárquica, essas indicações nada têm a ver com a volumetria.
O projeto do novo empreendimento apresentado ainda pelo grupo de Joe Berardo e Horácio Roque previa o ressurgimento de um hotel com mais três pisos, abrangendo uma área total de edificação de 65 mil metros quadrados, num valor de investimento de 170 milhões de euros.