Miguel Albuquerque acaba de se consagrar como o novo presidente do governo regional e prepara-se para governar com uma maioria absoluta bem suada e tangencial. Na sede do PSD/M, o clima é de euforia, mas está bem longe de outras tantas vitórias laranja, que acabavam sempre com um discurso vitorioso de Jardim a acusar e ameaçar os jornalistas.
Mas Albuquerque e equipa foram mais longe: saíram da sede do PSD/M e percorreu, com a equipa, as ruas do Funchal, para participar na festa da vitória, com os militantes, frente à Assembleia Legislativa Regional. Militantes afastados pelo estilo truculento de Jardim estiveram também do lado do novo líder, sinal de que uma nova era está inaugurada.
Mas a velha guarda do PSD, fiel a Jardim, como Guilherme Silva, também se juntou à festa e exaltou a renovação do partido pela mão do novo presidente.
Desta vez, o senhor que se segue à frente dos destinos da Madeira primou pela cortesia para com os demais partidos e voltou a colocar a tónica, no discurso de vitória, que esta maioria lhe dá legitimidade para criar pontes de diálogo com o governo da república para a negociação de dossiers importantes como a dívida da Região, os transportes aéreos e marítimos, entre outros dossiers.
Albuquerque fez-se acompanhar pelos seus pares, nomes sonantes do futuro governo regional, nomeadamente, Manuel Brito, Rubina Leal, Rui Abreu, Pedro Calado, José Prada, Jorge Carvalho, entre outros, assim como da mulher e do filho mais novo. Enquanto discursava, os foguetes no exterior assinalavam a vitória do novo líder.
Desde logo, o novo presidente garantiu que vai abrir o governo a independentes. Uma abertura que deverá incluir os independentes Eduardo Jesus – apontado como possível secretário regional do turismo – e Manuel Brito – para a saúde.
Outra novidade avançada por Miguel Albuquerque prende-se com a reintegração no partido de Humberto Vasconcelos, ex-presidente da Câmara Municipal de São Vicente, que foi afastado do partido, em clara rota de colisão com Jardim.
Albuquerque revelou que Jardim lhe fez chegar uma carta a felicitar pelos novos resultados. O presidente cessante preferiu acompanhar a vitória do seu sucessor no Porto Santo. Também Pedro Passos Coelho felicitou Albuquerque após o discurso da vitória.
Albuquerque e equipa rejubilam com a maioria absoluta em nome da “estabilidade governativa” mas assegura que se vai “abrir ao diálogo com todos, sem receios das críticas”.
Classificando de “histórica” esta vitória, o candidato vitorioso salientou o facto de os militantes do PSD terem entendido que “os tempos não estão para inércias, comodismos e que era preciso romper com rotinas e interesses instalados”.
A campanha e o sufrágio decorreram “com civismo”, frisou o presidente. Pela frente, “muito trabalho”. Mas também avisa que “não há soluções milagrosas”. O trabalho reside em revitalizar a economia, combater o desemprego e estabelecer pontes de diálogo institucional com o governo da república.
O PSD ganhou em todos os concelhos do arquipélago da Madeira, dado que foi salientado por Albuquerque.
