Carlos Moniz
Depois de nove anos sem interrupção, as provas do Funchal Junior e Cadet Open, não vão decorrer na Região em 2015. Uma situação que Paulo Melim, presidente da Associação de Ténis de Mesa da Madeira explica: “Existe de facto esse interregno na organização do Funchal Junior e Cadet Open, sendo dada continuidade por parte da Federação Portuguesa de Ténis de Mesa, titular por direito do evento no Calendário Oficial de Provas da Federação Internacional de Ténis de Mesa, que irá concretizar o evento em Novembro próximo, 18 a 22, podendo haver alteração do local definido no ‘site’ oficial da ITTF. Essa informação ainda não está confirmada oficialmente”. E acrescenta: “De realçar que o evento é da responsabilidade total da FPTM, e não de um outro qualquer organismo filiado, público ou privado”.
As duas provas internacionais começaram em 2006, no Madeira Tecnopolo, passando depois pelos pavilhões das escolas Bartolomeu Perestrelo e Francisco Franco, com este a marcar a interrupção dos eventos, num ano em que apenas um atleta estrangeiro competiu, na circunstância um inglês.
Na origem da mudança de local – deverá ser Vila Nova de Gaia -, o dirigente da ATMM diz: “A ideia central é a de recuperar o ‘fôlego’, após nove anos de intensa atividade e dinâmica, e tentar criar condições para poder voltar a erguer o evento de uma forma mais fortalecida. Estará previsto um sistema de rotatividade positiva, a definir em conjunto com a Federação Portuguesa de Ténis de Mesa, que entre outras contrapartidas nos irá dar prioridade em termos de poder de organização na Madeira”.
A Fase Final do Circuito Mundial de Juniores e o Desafio Mundial de Cadetes colocaram, por assim dizer, a Região no mapa de competições do calendário oficial da ITTF em 2004, tendo registado a presença de atletas de gabarito, hoje na ‘alta-roda’ do ténis de mesa. Para mencionar apenas os portugueses, temos o duo de luxo formado por Marcos Freitas e Tiago Apolónia, ao serviço de clubes estrangeiros e já com duas presenças nos Jogos Olímpicos de 2008 e 2012.
As provas naturalmente implicaram custos, mas deram frutos. “O investimento, não só da ATM Madeira, como também de todos os filiados e entidades públicas e privadas associadas, foi sendo perpetuado ao longo dos anos, num evidente e motivante reconhecimento pelo trabalho que a modalidade vinha a desenvolver, potenciado com a evolução e ascensão mundial que o atleta Marcos Freitas vinha a conseguir”, refere Paulo Melim.
Apesar de os órgãos oficiais terem reconhecido a qualidade organizativa da Associação de Ténis de Mesa da Madeira, “as implicações da conjuntura financeira verificadas nos últimos quatro anos na Região Autónoma da Madeira, as exigências impostas pela ITTF para a realização de eventos com estas caraterísticas e a ausência de comitivas da Madeira em eventos internacionais, pelo menos com a regularidade que era usual, ponte importante para o contacto e estabelecimento de parcerias com instituições estrangeiras”, foram alguns dos motivos que levaram ao já referido interregno.
Quanto ao futuro, o presidente da ATMM adianta: “Contamos reunir todas as condições para em breve poder voltar a concretizar o Funchal Junior e Cadet Open, sendo que em Setembro de 2015 daremos continuidade ao projecto do Open Internacional da Madeira, com a realização de provas por equipas e singulares”.
Fotos: ATMM