A secção de Trabalho da Instância Central do Funchal (ex-Tribunal do Trabalho do Funchal) começa, amanhã, dia 3 de Fevereiro, a partir das 9h30, a julgar um caso de acidente de trabalho mortal.
O caso remonta a 8 de Junho de 2012 quando a queda de um andaime, na Achada, Funchal, nas imediações da Igreja de São José, provocou a morte de um trabalhador e ferimentos em dois outros.
O processo chega agora à barra para se apurar em que circunstâncias se deu o acidente que levou ao falecimento de José Jerónimo Freitas Sebastião.
Na acção, são beneficiários dois familiares, havendo um interveniente principal, duas entidades responsáveis, e a companhia de seguros.
Recorde-se que o operário que sofreu ferimentos bastante graves, em sequência da queda do andaime acabou por falecer no dia seguinte, no Hospital Dr. Nélio Mendonça.
O jovem de 25 anos residia no Serrado do Mar, em Câmara de Lobos, era casado e tinha um filho com 3 anos de idade.
A vítima, tal como os outros dois trabalhadores, estava a realizar trabalho de estucador num edifício na Achada quando, por volta das 13 horas, por motivos que o tribunal deverá apurar, o andaime ruiu, causando a queda de dois trabalhadores.
Na altura, quando os meios de socorro chegaram ao local, o rapaz de 25 anos encontrava-se em paragem cardio-respiratória e apresentava indícios de politraumatismo e de hemorragia interna. Foi estabilizado e conduzido ao hospital sob um prognóstico bastante reservado mas viria a falecer no dia seguinte.
Dois dos trabalhadores caíram de uma altura entre os 12 e os 15 metros.
A estrutura tinha sido montada para a recuperação da fachada de um edifício de habitação colectiva, na zona do Muro da Coelha.
O terceiro trabalhador conseguiu escapar, agarrando-se à varanda.
Um dos operários sofreu uma fractura exposta e o outro apresentava suspeitas de politraumatismo e de hemorragia interna.
Este último, que viria a falecer, tinha perdido os sentidos, estava em paragem cardio-respiratória quando chegaram os meios de socorro.
Um médico da EMIR esteve durante 10 minutos sensivelmente a realizar manobras de reanimação. Sabe-se que ainda terá recuperado a pulsação, mas entrou inconsciente no Hospital. Infelizmente veio a morrer.
O outro ferido também foi levado ao Hospital devido a fracturas nos membros inferiores.
O terceiro trabalhador, apesar da insistência dos Bombeiros, recusou-se a ser levado ao Hospital para observação, face à ausência de qualquer ferimento visível.
No local estiveram bombeiros das corporações do Funchal e de Câmara de Lobos. A PSP tomou conta da ocorrência e o processo seguiu os ulteriores trâmites.
O proprietário estava ausente na hora do acidente de trabalho. De acordo com moradores ouvidos na altura, encontrava-se no estrangeiro.