Rui Marote
Em 1913, sucedendo a uma comissão de melhoramentos nomeada em 1911, foi criada a Junta Autónoma das Obras do Porto do Funchal, que visava, essencialmente, as várias obras do complexo do porto do Funchal, envolvendo a Junta Geral, a Junta Agrícola, as Obras Públicas, a Alfândega, a Associação Comercial e a capitania do Porto, entre outras.
Esse órgão foi reformulado em 1936, passando a designar-se Junta Autónoma dos Portos do Arquipélago da Madeira. Mais tarde, com a autonomia e a instituição do Governo Regional, foi novamente reformulada, dando origem, juntamente com outras entidades, à empresa Portos da Madeira, sob a coordenação e superintendência da vice-presidência do Governo Regional e que teve como primeiro diretor regional Engº Duarte Gomes, que sucedeu ao ultimo presidente da JAPAM engº Sena Lino, comandante Silvério e engº Miguel Chiappe e engº Reis.
Em 1999 foi criada a APRAM instituto público e uns anos depois a APRAM empresa pública que permanece até aos dias de hoje e que teve como presidentes p engº Reis , dr. Bruno, drª Alexandra Reis, drª Lígia, e atual engª Cabaço.
O porto do Funchal reabastecia os navios com água de boa qualidade do Poço da Câmara, freguesia do Imaculado coração de Maria, que tinha, a uma centena de metros, estação de carga no caminho dos saltos.
Os navios que reabasteciam tinham uma serie de metros cúbicos de agua gratuita como incentivo. Era uma odisseia o transporte dessa água que estava canalizada desde o Caminho dos Saltos ate o porto.
Dois homens estavam encarregados, um no porto e outro na estação de carga. Eram combinadas as horas dessa operação, e acertavam os relógios um com o outro. À hora prevista o que estava no porto abria a válvula e uns minutos mais tarde o da estação de carga. Não havia rádios, nem transmissões de fumo, muito menos telemóveis. Todas as comunicações era através do telefone da mercearia corta …arranca… estamos a falar anos sessenta.
Os navios da agência Blandy reabasteciam através de fragatas no cais do carvão de uma cisterna nos terrenos onde foi construído o antigo Hotel Madeira Regency, hoje Savoy.
Nos anos 80 a água dos portos foi integrada na rede pública.
As fotos que publicamos são actuais e o nome JAPAM ainda figura nas paredes da casa onde estava instalada a estação de cargas, passando despercebido a esta nova geração que ignora o seu significado. Uma placa como património do estado ainda permanece nas paredes da fachada.
Não é fácil apagar a história. Resta saber se a APRAM conhece este património.