PCP protesta contra exploração dos trabalhadores e denuncia lucros das grandes empresas

O PCP realizou ontem uma acção de contacto com os trabalhadores, para defender a valorização dos salários como forma de combater a perda do poder de compra de quem vive da sua força de trabalho.

No decurso da iniciativa, o deputado do PCP Ricardo Lume declarou que, a cada dia que passa, o salário e a pensão ficam mais curtos para despesas maiores, e os lucros das grandes empresas não param de crescer.

“Os preços de bens alimentares não param de aumentar. Nos últimos seis meses, de acordo com os dados da Deco, o peixe aumentou 19,10%, a carne aumentou 17,14%, os produtos de mercearia aumentaram 12,43%, as frutas e os legumes aumentaram 10,16%, e os lacticínios aumentaram 8,90%”, referiu.

“Não podemos negar que existiu um aumento do preço das matérias-primas, mas também é inegável que existiu um aumento exponencial dos lucros das grandes empresas e grupos económicos. O Governo da República PS e o Governo Regional PSD/CDS fecham os olhos a esta realidade”, acusou Lume.

Para os comunistas, o brutal aumento do custo de vida constitui, a par da degradação dos salários, um factor fortemente penalizador do poder de compra da esmagadora maioria dos madeirenses e porto-santenses.

“É curioso ver a dualidade de critérios do Governo Regional. Quando é para aumentar o salário dos trabalhadores os governantes dizem que é preciso questionar se os empresários têm capacidade de pagar tal aumento. Quando os dados apontam para uma inflação reduzida ou nula os Governos e as entidades patronais dizem que não é necessário aumentar os salários dos trabalhadores porque não estão a perder poder de compra”, referiu Ricardo Lume.

Já quando existe uma inflação acumulada na ordem dos 6,9% (até ao mês de Agosto) os Governos e as entidades patronais dizem que aumentar os salários pode potenciar mais inflação. Tudo é pretexto para não aumentar salários.

O PCP considera que é necessário valorizar os salários, garantido uma actualização intercalar do salário mínimo a praticar na Região para os 820 euros e um aumento geral dos salários na ordem dos 6,9%.

Estas são medidas fundamentais para garantir que os trabalhadores da nossa Região não vejam os seus salários desvalorizar perante o aumento dos preços.

O governo da República e o Governo Regional deveriam ser o exemplo na valorização dos trabalhadores e das suas remunerações, refere uma nota.

“É inaceitável que no País e na Região exista uma política de desvalorização dos rendimentos dos trabalhadores, não garantindo a atualização anual dos salários. Não é aceitável que trabalhadores com mais de 20 ou 30 anos de serviço na Administração Pública ganhem o mesmo salário que os que hoje iniciam funções. Não é aceitável que quando a inflação acumulada já atinge os 6,9%, o Governo da República propõe um aumento salarial para a Administração Pública no ano 2023 de 2% fazendo com que cada trabalhador perca entre 50 a 284 euros por mês”, refere uma informação dos comunistas.

O PCP promete continuar a intervir, para garantir a reposição real dos rendimentos dos trabalhadores; pelo direito ao trabalho e ao trabalho com direitos. Apela a todos os trabalhadores que se mobilizem contra esta política de exploração e empobrecimento que o Governo da República e que o Governo Regional querem impor a quem vive da sua força de trabalho.