Atalaia procura justificar medidas draconianas de visitas aos utentes

A Unidade de Cuidados Continuados Atalaia, gerida pela Associação Living Care, enviou-nos uma série de fotografias nas quais procura ilustrar o que considera serem condições dignas de visitas de familiares a idosos. O “esclarecimento” surge na sequência de uma notícia publicada pelo FN, intitulada “Idosos surdos ou com demência e as difíceis visitas nos lares; excesso de zelo?”, publicada a 11 de Dezembro. Nesse texto fazíamos referência a uma publicação de denúncia, de uma familiar de uma utente, na página de facebook “Ocorrências na Madeira”, que questionava precisamente estes procedimentos. A administração do lar, no entanto, reputa essa mesma publicação de “muito mal intencionada”, pela voz da assessora Tânia Caldeira.

Também nos foi enviada a publicação feita nas redes sociais do Atalaia, e que reza assim: “As visitas dos familiares são dos momentos mais aguardados pelos nossos utentes”, assegura-se.

“Após um período em que foi possível aligeirar as medidas de contenção para o vírus Sras-CoV2 e permitir que as visitas voltassem à normalidade, o crescente aumento do número de casos de COVID19 na Região, a par do aumento do número de internamentos e das mortes associadas à Covid19, que levaram o Governo Regional a determinar novas medidas de promoção e proteção da saúde pública, reativámos a nossa sala de visitas com os separadores em acrílico e intercomunicadores, conforme o nosso Plano de Contingência.

É essencial manter as visitas, como parte essencial dos cuidados que prestamos, sem deixar de garantir que os nossos 261 utentes e mais de 150 colaboradores possam estar protegidos e salvaguardados de um vírus que pode provocar estados de doença grave”, refere tal comunicação, que convida os visitantes a visitar em segurança e cumprir com o uso da máscara, a testagem até 48 horas antes da visita e vacinação. “Proteja-se a si e aos outros”, pede-se.

Naturalmente que o FN publica a posição do Atalaia, e o seu entendimento e justificação das medidas profilácticas. No entanto, permanece a dúvida: as condições visíveis nas fotografias são adequadas e humanas para visitar familiares com as circunstâncias de demência ou surdez? O leitor que julgue por si mesmo.