“Como é que a Madeira se está a preparar para fiscalizar a grande extensão de mar que terá quando a plataforma continental portuguesa for estendida?” – disparou o aluno do 11.º ano da Escola da APEL para o secretário regional de Mar e Pescas, durante a aula que
O secretário regional do Mar e Pescas, Teófilo Cunha, foi convidado a dar esta terça-feira uma aula na APEL, subordinada à temática “Uma aula diferente de Geografia”, com o foco no mar e nas pescas. Na ocasião, foi confrontado por um aluno do 11º ano, que o interrogou sobre “como é que a Madeira se está a preparar para fiscalizar a grande extensão de mar que terá quando a plataforma continental portuguesa for estendida”.
Teófilo Cunha, didáctico, respondeu que quando “mudamos de uma casa pequena para uma casa grande, temos de dispor de mais meios, assim terá de ser com o nosso mar, que não é apenas da Madeira, é o mar de Portugal e aí o país, no seu todo, terá de garantir os meios para fiscalizar aquilo que é nosso”.
O secretário regional de Mar e Pescas aproveitou para explicar a recente legislação para a gestão partilhada do mar português, envolvendo o continente, Madeira e Açores. Incentivou os jovens a terem outra forma de olhar o mar, pediu-lhes para tomarem o futuro nas mãos, serem intervenientes ativos na redução do lixo marinho, na preservação dos oceanos e no aproveitamento responsável e sustentável das suas potencialidades, refere uma nota da sua Secretaria.
Apresentou ainda números e gráficos que ilustram o crescimento exponencial da população mundial e a redução abrupta dos recursos marinhos, em particular das espécies de peixe selvagem. “Deixamos de conseguir assegurar as necessidades de consumo de peixe mundial apenas com base na captura marinha”, alertou. “Daí precisarmos de alternativas, e aquela que se tem desenvolvido de forma sustentável e responsável em todo o mundo, é a aquacultura, que é recomendada pelas Nações Unidas e pela União Europeia”, sustentou.
Teófilo Cunha mostrou a importância das reservas marinhas da Região, explicou a utilidade da gestão do espaço marítimo, e por que razão a Madeira tem quotas para a captura do atum e do peixe-espada. “Dessa maneira, nós também contribuímos para a preservação das espécies”, afirmou.
No final, o director geral da APEL, padre Fernando Gonçalves, a professora de Geografia, Sara Miguel, e o aluno Ângelo Lourenço, da organização do evento, agradeceram a presença do governante.