Um dos rostos do Juntos pelo Povo (JPP) bateu com a porta “agastado com um conjunto de situações para as quais não existiram respostas plausíveis”.
O divórcio foi o resultado de um conjunto de atitudes do JPP de que resultou um comunicado do secretário-geral em resultado da votação de Orlando Fernandes na assembleia municipal de 2 de dezembro.
“Não me expulsaram … eu é que comuniquei a minha saída justificando a mesma”, clarificou. “Sou e sempre fui um homem livre…”.
A divergência tem a ver com a estratégia política para o Município do Funchal. E, como tudo na vida há um “antes” e um “depois”.
“O JPP existia antes da minha militância e faço votos que continue, e bem, depois da minha saída. Como cidadão, livre, consciente, responsável e critico, defenderei, sem qualquer pejo, as propostas que o JPP apresentar que sirvam os interesses da RAM e dos madeirenses, e serei acérrimo opositor quando isso não acontecer. A mesma postura terei em relação a qualquer partido político. Sou, e sempre fui, na verdade, um cidadão livre”, revela.
“Querer gerir o Funchal como se gere Santa Cruz é um erro económico financeiro de principiante. É o mesmo que querer gerir uma grande empresa como se gere uma pequena empresa … não funciona”, disse.
É o caso da derrama, onde Orlando Fernandes votou contra o aumento da derrama no Funchal mas votou favoravelmente a devolução de 2,5% do IRS aos funchalenses.
Nega que não tenha consultado os órgãos do partido, o que fez a 9 de outubro pedindo uma reunião com Élvio Sousa. O encontro deveria ser em outubro e novembro mas, até hoje, nada.
A desvinculação foi explicada numa carta de 22 de janeiro onde Orlando Fernandes refere outras posições dissonantes entre si o partido mas também elenca 13 medidas para o Funchal que foram bem acolhidas, intra e extra portas. Para não falar do pioneirismo no pedido de uma auditoria à FrenteMarFunchal.
E, sem puxar de galões, disse que se a concelhia da JPP-Funchal tem hoje alguma visibilidade, a si se deve.
Orlando Fernandes vai manter o lugar na Assembleia Municipal do Funchal, como independente, até ao final do mandato.
“Relativamente ao futuro ainda é cedo para decidir … até ao início de janeiro de 2021 decidirei”, revelou ao Funchal Notícias. “Não estou nem nunca estive à venda… Sou um homem de palavra”, rematou.
A saída de Orlando Fernandes não é a única dissidência política do JPP nos últimos tempos. Começou na Concelhia da Ribeira Brava e passou pelo ex-deputado Carlos Costa, que também se afastou do secretariado e da comissão política já não figurando da lista de candidatos nas últimas eleições regionais.