Um estudo de investigadores da Madeira, realizado entre 2016 e 2019, revela mais de 50 obras de teatro de revista originais de autores madeirenses, refere uma nota do Conservatório/Escola Profissional das Artes da Madeira. Os resultados serão publicados na revista Sinais de Cena (Série II, nº4), uma revista especializada em teatro e artes performativas, editada pela Orfeu Negro, numa colaboração com o Centro de Estudos de Teatro (CET) da Faculdade de Letras de Lisboa, a Associação Portuguesa de Críticos de Teatro e a Direcção-Geral das Artes. A apresentação da revista decorre em Lisboa, no próximo dia 31 de Janeiro, pelas 18h30, na Livraria Tigre de Papel.
O número de 2020 da Sinais de Cena, revista que ocupa uma posição de destaque entre as publicações especializadas em teatro e artes performativas em Portugal, é dedicado ao tema ‘A Prática como Investigação’ e conta com a participação de dois investigadores da Madeira – Paulo Esteireiro (Conservatório – Escola Profissional das Artes da Madeira) e Rogério Barros (Direcção Regional de Educação) – e vários outros autores nacionais e internacionais, reza o comunicado.
O artigo dos autores regionais intitula-se ‘O Teatro de Revista na Madeira (1909-1959): Espaços, Temas e Protagonistas de um Repertório Regional’ e demonstra que, entre 1909 – ano em que se conhece o primeiro teatro de revista de autores madeirenses – e o início da década de 1960, foram produzidas no Funchal dezenas de revistas originais em espectáculos que juntavam escritores, compositores, actores, cenógrafos, encenadores e coreógrafos regionais. Este estudo divulga um acervo, que se pensa ser inédito, sobre a dinamização de teatros de revista na Madeira. Parte deste património está disponível no 11.º volume da ‘Colecção Madeira Música’, em formato CD-ROM+Áudio, dedicado ao ‘Teatro de Revista na Madeira’ e onde se podem ouvir canções originais de autores da Madeira, tais como Dário Flores, Edmundo da Conceição Lomelino e Raul Abreu.
A revista Sinais de Cena foi fundada, em 2004, por Carlos Porto, Luiz Francisco Rebello, Paulo Eduardo Carvalho e Maria Helena Serôdio, que a dirigiu até 2014. Durante esses dez anos manteve uma periodicidade semestral (junho e dezembro); até ao número 10 (dezembro de 2008) foi editada pela Campo das Letras e, entre os números 11 (junho de 2009) e 22 (dezembro de 2014), esteve a cargo da Húmus. A presente série II teve início em junho de 2016, sob a chancela das edições Orfeu Negro, adquirindo periodicidade anual e uma distribuição mais ampla. Esta é uma publicação que visa criar um espaço de documentação, debate, análise e avaliação do que no campo do teatro – e de outras artes performativas – se vem praticando nas suas múltiplas vertentes criativas, tanto em Portugal (seu vértice maior de interesse e preocupação), como no resto do mundo.