O vice-presidente do Governo Regional, Pedro Calado, felicitou hoje na sessão de abertura do 9.º aniversário do LEME – Barómetro PwC de Economia do Mar – Zoom Madeira, que decorreu no auditório do Comando Operacional da Zona Militar da Madeira, a iniciativa de discussão da “Importância da Geoestratégia Marítima”.
Calado considerou que o tema escolhido não poderia ser mais pertinente para uma Região como a Madeira que, com os Açores, faz com que Portugal seja um dos países com maior dimensão marítima do mundo, contribuindo para a denominada extensão da plataforma continental.
O governante afirmou que o mar, deixou de ser há muito uma barreira física e uma fronteira limitadora. “Soubemos, desde sempre, ter uma relação de proximidade com o mar, colhendo os seus frutos – com métodos e recursos artesanais que nos permitem manter e até, em alguns casos, aumentar cotas de pesca no âmbito da União Europeia – e, ao mesmo tempo, conservando e preservando este riquíssimo património, muito dele ainda por conhecer e explorar, não apenas como potencial económico, mas também do ponto de vista do conhecimento”, referiu, para de seguir elogiar o trabalho “titânico” da Marinha Portuguesa, ali representada pelo chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, almirante António Silva Ribeiro, “sobretudo pelo levantamento que vem sendo feito pelo Instituto Hidrográfico, cuja informação sobre o fundo do mar da nossa Zona Económica Exclusiva tem sido determinante em vários planos, entre os quais, destacaria, apenas como exemplo, o traçado do novo cabo submarino de fibra óptica”.
O cabo submarino que ligará a Madeira ao continente, é, afirmou, uma infraestrutura primordial para a Região – ainda mais com o aproximar do final de vida útil do actual cabo submarino.
“Em boa hora foi firmado um contrato de fornecimento de uma ligação em cabo submarino, entre a Emacom – Telecomunicações da Madeira, da Empresa de Electricidade da Madeira, e a Ellalink, operadora de comunicações submarinas, com sede social em Dublin”.
Este, adiantou, é um investimento de 13,6 milhões de euros que “deveria competir ao Estado, mas que, infelizmente, tal como noutras matérias essenciais para os madeirenses e porto-santenses, este acaba por não assumir aquela que deveria ser a sua obrigação”.
Calado salientou também os desportos náuticos, dando conta de que, na última época, 2017/2018, “tivemos mais de 900 atletas federados nas mais diversas modalidades náuticas, desde a canoagem, às actividades subaquáticas, passando pela pesca desportiva e a vela”.
A este nível destacou a introdução do programa “Literacia Marítima”, apresentado na semana passada, e que visa introduzir nos currículos escolares conteúdos sobre a história do mar. Este é um projecto em que está envolvido o velejador internacional João Rodrigues.
Numa outra dimensão do mar, salientou também o empreendedorismo azul. “Uma das áreas que temos registado um crescimento substancial, de que são exemplo as actividades marítimo-turísticas, como o mergulho, a observação de cetáceos e visitas guiadas ao longo da costa sul da Região, mostrando, desta forma um importante património natural. Mas, ao mesmo tempo, gerando riqueza e emprego, muito dele qualificado, em áreas como a biologia”.
Com fundos da União Europeia e do Governo Regional, acrescentou, no âmbito do “MAR – 2020 Madeira” já foram aplicados 17,4 milhões de euros em aprovações, para mais de duas centenas de projectos.
Uma das áreas que tem beneficiado deste tipo de apoios disse, é a aquicultura.
“Neste momento, a Madeira tem uma capacidade instalada para produzir cerca de duas mil toneladas de peixe em aquicultura, o que é extremamente importante para a nossa economia e para a própria diversificação da actividade económica. Mas, este é um número que a Região pretende ultrapassar para mais do dobro, até 2020”.
Pedro Calado realçou também o turismo de cruzeiros pelas implicações que tem na economia regional, e do Registo Internacional de Navios da Madeira e do Centro Internacional de Negócios da Madeira.
