
A partir desta quarta-feira, o novo Savoy Palace, à Avenida do Infante, deixa de crescer. Os trabalhos na estrutura do edifício chegaram à sua versão final. O momento foi assinalado ao mais alto nível, com o chamado “Pau de Fileira”, uma comemoração que reuniu cerca de mil convidados, entre governantes, empresários, representantes civis e religiosos. Sob a batuta do anfitrião Avelino Farinha, houve lugar a reencontros com figuras do presente e do passado.
O evento é uma tradição na construção civil. Sempre que um edifício atinge o telhado ou o topo, festeja-se o “Pau de Fileira”, numa alusão à peça central que sustenta todo o sistema de cobertura . Representa o final de uma etapa a caminho da conclusão da obra. E, ao que parece, o Savoy Palace, em construção no Funchal, terá atingido a sua volumetria final ao cabo de dois anos e meio de construção, preparando-se agora para os trabalhos de interior.

O Grupo AFA, promotor do novíssimo resort “5 estrelas +”, quis assinalar este marco ao mais alto nível, convidando cerca de mil pessoas para uma visita pormenorizada aos mais de 146 mil metros quadrados de área de construção, fora jardins e edifícios anexos situados à Rua Imperatriz Dona Amélia. Foram necessárias cerca de duas horas para conhecer os espaços e pormenores do novo empreendimento. Um percurso que levou os convidados a desafiar escadarias ao longo de dezasseis pisos, rumo ao topo panorâmico.

Mesmo em cenário de estaleiro, à exceção das suites e apartamentos modelo já equipados e decorados, foram muitos os que quiseram conhecer de forma antecipada a fisionomia e talvez um pouco da alma de um dos pesos pesados da hotelaria nacional da nova era. Fala-se que, a partir de abril de 2019, será o “maior hotel de Portugal”, “o mais arrojado em termos técnicos”, “um dos mais luxuosos e diferenciados em termos de serviços”. O caráter superlativo da obra esteve sempre em destaque pelo próprio promotor que fez questão de liderar o grupo de notáveis, donde se destacaram o presidente da Assembleia Legislativa Regional, o Representante da República para a Madeira e o vice-presidente do Governo Regional, antigo quadro do Grupo AFA. Do elenco governativo, marcaram também presença a secretária regional do Turismo e o secretário regional dos Equipamentos e Infraestruturas.

Miguel Albuquerque só mais tarde chegou ao evento, por ter participado no almoço da Associação de Criadores de Gado das Serras do Poiso, mas mesmo assim teve a oportunidade de responder a Paulo Cafôfo. Enquanto o atual autarca do Funchal não hesitaria em chumbar o projeto pela sua excessiva volumetria, já o presidente do Executivo justificou a sua opção acertada, enquanto anterior edil, apesar da contestação. “Assumo as minhas responsabilidades e não ando ao sabor do politicamente correto”.

Na comitiva seguiram ainda muitas figuras públicas ligadas ao meio empresarial e à política, como Joe Berardo, o anterior proprietário do clássico Savoy, e Alberto João Jardim, ex-presidente do Governo Regional. Presentes também, embora discretos, o Bispo Emérito D. Teodoro e a empresária hoteleira Muriel Ribeiro, proprietária dos vizinhos hotéis Quinta Penha de França.

Ao fim de dois anos e meio de trabalhos na edificação de uma estrutura que já se perfila a liderar a tabela do maior hotel de Portugal, o processo avançará agora no interior com instalação de equipamentos, materiais de acabamentos, mobiliário e decoração, com assinatura da designer Nini Andrade. Estão neste momento a trabalhar 450 trabalhadores, mas brevemente serão 600, de forma a cumprir prazos.
O novo hotel com 560 quartos a surgir no centro do Funchal, num investimento da ordem dos 120 milhões de euros, tem abertura marcada para abril do próximo ano. De acordo com o grupo promotor, o produto está já a ser vendido, devendo arrancar com uma ocupação inicial de 10 por cento. Para já, as informações indicam que a maioria dos quartos custará cerca de 200 euros por noite.
O novo Savoy fará parte da “Leading Hotels”, marca que agrupa os melhores hotéis de luxo do mundo.

Ao nível exterior, o resort detém 18 000 m2 de área ajardinada, metade acessível à população em geral. Os jardins entre os Hotéis Royal e o Palace são também abertos ao público.
Haverá uma nova rua: Boulevard do Turista, paralela à Rua do Favilla. Surgirão igualmente duas novas praças, uma de cada lado do hotel: a Plaza Savoy e as Galerias Savoy.
Espaços que consubstanciam a promessa do promotor: abrir o Savoy à cidade e à população, criando uma nova centralidade. “De uma área toda privada e de hotéis, abrimos mais de um terço à cidade”, afirmou Avelino Farinha, no final de um evento que culminou em almoço convívio.