Quem desata o nó?

(Foto Rui Marote)
(Foto Rui Marote)

Pois, não é fácil resolver este enigma. O busto do estadista e marechal polaco Józeph Pilsudski amanheceu, um destes dias, com uma aparência curiosa, à laia de samurai.

Até ao momento, ninguém reivindicou a autoria do ato, permanecendo assim por descortinar a mensagem e o eventual alcance político da mudança de imagem, mesmo em frente à Assembleia Legislativa Regional, no coração do Funchal.

Segundo sabemos, o marechal e estadista polaco não era dado a fitas nem a meias medidas, tendo ficado conhecido nas páginas da História como um dos heróis do seu país na luta pela independência, tanto contra o comunismo russo como contra o fascismo nazi.

Feita esta ressalva, as ilações ficam ao critério e criatividade de cada um. Por esta bandas, o Estepilha põe-se a conjeturar se outros generais não andarão para aí a agitar e a inquietar-se, a ver o que sai desta calmaria que mais cheira a estagnação do que a bonança. Poderá a fita no intrépido marechal ser apenas graçola ou o vermelho estará a subir à cabeça de alguns?

Mas, porque acreditamos que o passado nos revisita a cada passo em direção ao futuro, continuemos com Józeph Pilsudski, um homem fortemente marcado por ideais revolucionários. Tornou-se figura incontornável e controversa na conturbada Europa da primeira metade do século passado, no período entre as duas grandes guerras.

O acaso (ou não) fez com que escolhesse a Madeira para residir durante seis meses, no início da década de 30. Para além de uma rotunda com o seu nome, a estadia ficou eternizada no busto erigido em 2009 no Funchal, da autoria de Ricardo Veloza, mais precisamente na Rua António José de Almeida, em frente ao Parlamento regional.

Observador silencioso desde então do pulsar da vida citadina e política dos madeirenses, o marechal polaco parece agora querer falar mais alto. Quem desata o nó?