
A posição do político e advogado Ricardo Vieira, deputado do CDS, considerando “uma vergonha” o programa de ontem Prós e Contras, da RTP, e afirmando que é responsabilidade da Assembleia defender a imagem da Madeira, foi uma das poucas intervenções, se não a única, que abordaram directamente as acusações gravíssimas ontem tecidas naquele programa ao Centro Internacional de Negócios da Madeira, e ineficazmente rebatidas por uma aparentemente desconhecida administradora.
O pior é que o deputado José Manuel Coelho aproveitaria de imediato a oportunidade para apontar fogo cerrado a Vieira, considerando que, devido ao seu envolvimento na sociedade Abreu Advogados, mencionada nos Panama Papers, devia ser o deputado centrista o último a abordar este assunto. Até porque, acusou, Ricardo Vieira enriqueceu com as suas actividades ao serviço de “lavagem de dinheiro”, através do seu escritório de advogados, o que lhe proporcionou a oportunidade de pôr uma filha a estudar na Inglaterra, tema de um artigo do Funchal Noticias, mas que “não é abordado pelos jornais do regime”, que considerou “feitos com o sistema e apoiantes de Miguel Albuquerque” .
Ricardo Vieira reagiu, em defesa da honra, queixando-se de haver coisas inadmissíveis ditas na Assembleia em nome da liberdade de expressão, e que já estava habituado a ver-se atacado, noutros tempos, por causa do seu pai: “Agora é por causa da minha filha. Mas uma pessoa não pode ter família?”, questionou. E endereçou um recado a Tranquada sobre até onde se pode ir no parlamento em nome do discurso livre, deixando entrever que devia haver limitações nas acusações que se tecem.
Ricardo Vieira acabaria por desafiar Coelho, dizendo que trocava a sua conta bancária pelo dinheiro que Coelho em em “cofres”, o que provocou vários sorrisos, do visado e de outros deputados.