Bastonário dos médicos denuncia “vida num inferno” a ortopedistas da Madeira

José Manuel Silva
Foto retirada de sustainablepulse.com

“Como pode uma jovem médica no segundo ano da especialidade de Ortopedia, no Hospital do Funchal, estar 16 vezes escalada na urgência, no mesmo mês, sempre por períodos de 24 horas, ora de presença física, ora de prevenção, sendo 11 desses períodos em 11 dias seguidos? Impressionante, ilegal, desumano, impossível! Acontece em Portugal, em março de 2016. É por falta de ortopedistas? Não! Faltam ortopedistas no Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM)? Sim! Estupidamente, o Serviço de Ortopedia do Funchal foi destruído nos últimos anos devido a uma miserável gestão do SESARAM e a inacreditáveis perseguições políticas”.

A opinião é do bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva e está hoje publicada num artigo de opinião, no Correio da Manhã.

Segundo o bastonário, na crónica com o título, “16 vezes 24 horas”, “a Madeira recusou ortopedistas e fez a vida num inferno a outros”.

Segundo José Manuel Silva “a Madeira recusou a contratação de alguns ortopedistas e fez a vida num inferno a outros, empurrando-os para o continente e para o setor privado. Sei do que falo. Desejamos que o atual Secretário Regional da Saúde da Madeira queira e consiga resolver o problema, recordando um ditado: “não é com vinagre que se apanham moscas”.

Segundo os números da Ordem dos Médicos “em 2015, em Portugal, reformaram-se 430 médicos, 1050 acabaram e 1560 iniciaram a especialidade. Portugal não tem falta de médicos, o SNS é que não os contrata dignamente. Por isso, mais de mil emigraram em 4 anos, incluindo ortopedistas”.