(*Com LC)
A Associação de Defesa do Consumidor DECO chumbou metade dos brinquedos analisados nos testes de segurança. Foram testados 31 brinquedos, destinados a crianças com menos de três anos e 15 foram considerados perigosos. Esta é uma altura em que, no espaço europeu, os brinquedos causam 52 mil acidentes por ano, segundo um estudo divulgado esta semana.
Entre os problemas detectados estão “peças facilmente destacáveis que podem ser engolidas, potenciando do perigo de asfixia”, alerta a DECO. Também há “brinquedos feitos com materiais com uma fraca resistência ao impacto, o que origina a sua quebra, decorrendo daí o perigo de cortes, de perfurações, porque se formam pontas aguçadas”.
“As costuras de uma boneca rasgaram-se com um puxão, deixando o enchimento acessível. Nas mãos de uma criança, este pode ser retirado com facilidade e colocado na boca, asfixiando-a”, refere a DECO, salientando que o preço dos brinquedos não justifica as falhas encontradas.”Na verdade, há brinquedos caros com falhas, tal como há baratos que são seguros e respeitam as normas”, diz o estudo de segurança, que avaliou, entre outros pontos, o torque (comportamento sob torção), tensão, queda, impacto, tração ou presença de pontas aguçadas nos produtos.
As análises evidenciaram ainda falhas nos rótulos, constatando-se que alguns produtos não têm informações em português e, a outros, faltam avisos de segurança importantes. “É o caso de alguns que indicam não serem adequados para crianças até uma certa idade, mas omitem os riscos associados”, explica a DECO.
A DECO esclarece que, para estarem à venda na União Europeia, os brinquedos têm de exibir a marcação CE, mas esta apenas aponta que o produto cumpre as normas de segurança europeias e não garante a segurança do brinquedo.
Da lista dos 15 brinquedos assinalados como perigosos pela DECO figuram: “Tanque Fanny Tank (sem marca)”, “Colar de Flores (Tiger)”, “Acessórios de Cozinha (Fantastiko)”, “Bola mapa mundo (sem marca)”, “Jogo de pesca (sem marca)”, “Airbus Happy Trip (sem marca)”, “Pistolas bolas de sabão com luz (Erjutoys)”, “Carros City Racer (sem marca)”, “Animais em vinil (Klos corner)”, “Veículos de emergência (Fastlane)” e “Malinha (Popota)”.
A associação ressalta que cabe ao consumidor optar por produtos apropriados à idade e ao desenvolvimento da criança, alertando que, antes de comprar, se deve ler os avisos e instruções. “Antes de comprar, leia os avisos e as instruções. Se estes não existirem nem estiverem em português, procure outro brinquedo. Na loja, passe a mão pelas arestas, pontas e bordos. Se o brinquedo se destinar a um menor de três anos, verifique se existem peças pequenas que saiam com facilidade”, aconselha a DECO.
A lista com os 15 brinquedos considerados perigosos pela Deco seguiu, esta semana, para a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).
