Cai Governo, Cavaco decide

PORTUGAL - ASSEMBLEIA DA REPUBLICAO governo de coligação PSD/CDS-PP caiu esta tarde, ao fim de 12 dias de governação, depois de ter sido aprovada em São Bento a moção de rejeição apresentada pelos socialistas. O futuro político do país volta a estar nas mãos do Presidente da República, que já convocou o Primeiro-Ministro demitido para uma reunião esta quarta-feira.

Foram 123 os votos que apoiaram a medida do PS – todos os deputados do PS, PCP, BE, PEV e PAN -, fazendo assim cair o governo de direita indigitado por Cavaco Silva, no rescaldo das eleições legislativas de 4 de outubro.

Se o Chefe de Estado der posse ao governo de esquerda, liderado por António Costa, será a primeira vez que Portugal terá um governo minoritário com apoio parlamentar.

A maratona de dois dias de trabalhos na Assembleia da República terminou esta tarde com a já anunciada queda do governo de Passos Coelho. Nas intervenções proferidas durante a tarde, o ainda chefe do Governo garantia que não abandonaria o país fosse qual fosse o desfecho das votações.

Já António Costa subiu à tribuna para clamar legitimidade e estabilidade, dizendo que se acabava um tabu, derrubava um muro e vencia o preconceito.

Das bancadas do PSD e CDS, vieram palavras e expressões como “ilusão” e “um dia triste para o país”.

A ser indigitado, o governo de esquerda já fez saber que as medidas a implementar ao longo dos próximos quatros anos resultam de vários acordos com vista a uma solução política alternativa, centrada na reposição de salários e prestações sociais, na eliminação da sobretaxa e das taxas moderadoras e no aumento dos escalões do IRS, entre outras.

No entanto, há fragilidades que comprometem estas parcerias:divergências no ritmo da aplicação das medidas, inexistência de reuniões alargadas – todos falam com PS, mas não uns com os outros – e ausência de elementos dos partidos de esquerda no governo.