Faria Nunes: “Sem diálogo nada se consegue”

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Fotos: Rui Marote

Quase se poderia afirmar, de forma algo gratuita, que, pelo menos no capítulo das aparências, foi um sucesso a tomada de posse, que aconteceu hoje à tarde na Assembleia Legislativa Regional, do médico urologista Faria Nunes, como novo secretário regional da Saúde. A quantidade de figuras representadas na cerimónia, entre as quais secretários e directores regionais, sorridentes assessores, médicos e demais individualidades, para além de muitos jornalistas, assim o atestaram. Presente esteve, até, o secretário da Saúde demissionário. Ausente, ausente, só mesmo o próprio presidente do Governo Regional, que não interrompeu as férias para ir à tomada de posse.

Cercado por profissionais da comunicação social que buscavam obter uma declaração sua que fosse esclarecedora, Faria Nunes lá tentou acomodar a curiosidade dos que o interrogavam.

Na qualidade de próximo secretário regional da Saúde, prometeu, “tudo farei, os possíveis e os impossíveis, para que a Região tenha uma saúde, e um sistema regional de saúde, mais eficiente”.

Faria Nunes garantiu aos jornalistas que está a par dos problemas existentes no sector, mas disse que “vamos trabalhar para melhorar, para atingir um propósito, porque a ciência avança mais rápido que a política”.

Questionado sobre se irá nomear uma outra equipa para trabalhar consigo, disse que, tendo acabado de tomar posse como governante, irá agora, “rapidamente mas com calma e tranquilidade”, falar com as pessoas para tomar as decisões necessárias.

Faria Nunes disse-se surpreendido com a tomada de posição de Manuel Brito, apenas cem dias depois da posse, ao abandonar o cargo de secretário regional da Saúde, do mesmo modo que surpreendeu toda a gente. Não quis comentar se tal se deverá apenas a uma participação de 600 euros numa clínica, como foi noticiado. Caracterizou o trabalho que Manuel Brito estava a desenvolver como bom, mas concluiu da seguinte forma: “E mais não digo sobre este assunto”. Porém, sempre foi afirmando que dará continuidade ao trabalho desempenhado por Manuel Brito, e sublinhando que os objectivos que estão inscritos no programa de Governo são para continuar.

Referiu não fazer a mínima ideia, se poderá contar com a colaboração do próprio Brito, neste momento, e reiterou: “Vou reunir-me com as equipas, do SESARAM e do IASAÚDE, e vamos decidir com toda a calma”.

Os jornalistas perguntaram-lhe se iria ter uma postura de “partir pedra”, para resolver rapidamente os problemas no sector da Saúde, mas o urologista foi certeiro e rápido na resposta: “Partir pedra só nos meus doentes, como tive de fazer com o sr. Presidente do Governo Regional [Albuquerque foi recentemente operado a uma pedra nos rins].

E frisou: “Sem diálogo, não vamos a lado nenhum”.

A finalizar a sua conversa com a comunicação social, teceu ainda elogios ao comportamento de Miguel Albuquerque, que acompanhou pessoalmente enquanto médico quando “foi operado de urgência”.

“Ele pôs em primeiro lugar os madeirenses e não a sua saúde”, enalteceu. “O dr. Miguel Albuquerque teve uma alta hospitalar demasiado precoce, e na segunda-feira estava a trabalhar. Eu aconselhei-o a ir fazer a convalescença, que não tinha feito”, referiu.

Recorde-se que, entretanto, Albuquerque partiu para férias, apenas três meses depois da entrada do seu governo em funções.