Em Bengala, entre a Índia e o Bangladesh

 

As cozinhas situam-se na beira das avenidas...
As cozinhas situam-se na beira das avenidas…

Rui Marote

Basta levantar a máquina para fotografar e é a loucura, com os vendedores a quererem todos ficar na fotografia,enquanto os compradores agitam na nossa frente as galinhas que acabaram de adquirir.
Apenas um ou dois cidadãos mais compreensivos afastam as pessoas, para podermos fotografar em paz.
Na partilha politica que deu origem ao Bangladesh, os monumentos ficaram todos na Índia, à  excepção de um punhado espalhado pelo Paquistão. Também o grande porto de Calcutá,que
facilitaria a exportação das maiores, embora pouco significaticas produções nacionais – juta,couros e chá – ficou do lado indiano, juntamente com um outro símbolo cultural: o Prémio Nobel da Literatura Rabindranath Tagore,grande poeta e contador da vida em Bengala. A língua e, sobretudo, a política e o muro silencioso da religião,com hindus de um lado e muçulmanos do outro,acabaram por dividir muito mais do que factores geográficos como rios e cadeias de montanhas.Mas para nós,visitantes curiosos,aqueles quilómetros de arrozais e coqueiros e as crianças que correm ao longo da margem a acenar ao barco como este fosse um autocarro são fascinantes. .E ao pôr do sol desenha-se a bandeira nacional, uma grande bola vermelha numa paisagem toda verde,que só desaparece com a noite. Hoje a temperatura atingiu os 39 graus e o calor parece amainar.

A constituição proclama que o pais é laico e a religião maioritária é muçulmana.O analfabetismo atinge cerca de setenta por cento da população e oitenta porcento dos bengalis ainda vivem abaixo dos níveis da pobreza…

SONY DSC