Miguel Albuquerque diz que mantém confiança dos madeirenses

As televisões nacionais encheram-se hoje com as imagens de Albuquerque à porta da Quinta Vigia

O presidente do Governo Regional veio garantir hoje, numa conferência de imprensa à porta da Quinta Vigia, que está a colaborar com a Polícia Judiciária e com os procuradores do MP, no sentido de fornecer todos os elementos necessários ao “cabal esclarecimento desta situação”.

Trata-se, explicou, de um inquérito que incide sobre um conjunto de obras públicas que foram adjudicadas, sobre o concurso do teleférico do Curral das Freiras, sobre o processo de licenciamento da Praia Formosa e sobre o concurso dos autocarros para a RAM.

Albuquerque afirmou que todos os elementos solicitados estão a ser prestados às entidades competentes. “Colaboramos com a Justiça e estamos com a consciência tranquila”, assegurou Miguel Albuquerque, que se fez acompanhar à porta da Quinta Vigia pelo secretário regional da Saúde e Protecção Civil, Pedro Ramos.

Do ponto de vista político, disse Albuquerque, “fui 19 anos presidente da Câmara, estou há quase nove anos como presidente do GR, nunca fui acusado de nada, e sempre tive a minha independência económica e uma postura correta perante os empresários e a sociedade”.

Pressionado para dizer se se demitia ou não, afirmou: “Eu não me vou demitir, porque eu vou colaborar no esclarecimento da verdade”.

Albuquerque defendeu ter o direito de “não ser suspeito eternamente”. E disse que ser constituído arguido é também uma oportunidade para o cidadão se defender e apresentar contra-argumentos e contra-provas.

Voltou a frisar que este processo, apesar do que tinha sido aventado, “nada tem a ver com a minha venda da Quinta do Arco, esse processo já decorreu, nunca mais houve desenvolvimentos, foi tudo esclarecido. Este processo tem a ver com um conjunto de adjudicações de obras públicas cujos processos constam das deliberações do governo e que estão a ser averiguados pelos srs. agentes e pelos srs. procuradores. Consta também o processo do concurso para os transportes públicos urbanos e interurbanos na Madeira, e consta também a questão da Praia Formosa e o teleférico do Curral das Freiras”.

Sobre o que se passa com Pedro Calado, que foi detido, disse “não ter conhecimento” do processo que está a decorrer com ele. “Pode ser detido para ser ouvido, que normalmente é isso que acontece”.

Albuquerque disse por outro lado que vai ser adiada a apresentação das listas prevista para as próximas eleições, pois, “com este clima não temos condições. Vamos apresentar para a semana”.

“Mas uma situação de inquérito não diminui os direitos de ninguém”, frisou.

Por outro lado, considerou que mantém ainda a confiança política dos madeirenses. “Eles conhecem-me há bastante tempo”, referiu.

Mesmo que seja constituído arguido, não se demitirá, esclareceu ainda, “porque tenho de apresentar a minha defesa”.

“Do meu ponto de vista, não houve corrupção nenhuma. Eu nunca vou ter nenhum caso de corrupção na minha vida, pois a mim ninguém me compra”, afirmou também.

“Nunca roubei nada a ninguém, nunca pedi dinheiro e ninguém, nunca ninguém me comprou”, voltou a afirmar.

E disse que Pedro Calado “é um político de grande qualidade”, que “tem feito um grande trabalho na cidade do Funchal”.