APRAM recorre a meios marítimos para recolher sargaço

A Administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira (APRAM) deu hoje conta da prossecução da operação de limpeza de algas (sargaço), novamente no interior do Porto do Funchal.

A dita operação, que mobilizou a embarcação Ancoreta e o semirrígido Climarcost, uma auto-grua multifunções, uma viatura de caixa aberta e oito elementos da APRAM, prolongou-se por três horas, concentrando-se na área do cais 1 do Porto do Funchal, de onde foram retirados sete metros cúbicos de sargaço, refere comunicado da APRAM.

Recorrendo ao equipamento Enhancer E-B2100 (uma cesta de recolha em malha de aço soldada), adquirido pela APRAM no âmbito do projeto Oceanlit, foi a primeira vez que a APRAM efectuou a limpeza de sargaço por varredura dentro da bacia portuária.

Até agora, as operações de limpeza têm sido realizadas com os meios humanos e técnicos colocados em terra, recolhendo-se as algas com recurso a redes e outros equipamentos. Desta vez, a solução passou por ‘varrer’ o espelho de água no interior do Porto do Funchal, recolhendo o sargaço que seria depois retirado para uma viatura, que a transportou para o Centro de Fruticultura de São Martinho, no Funchal.

Desde o início do ano, as operações de limpeza realizadas pela APRAM envolveram um total de quatro embarcações, outras tantas viaturas, duas máquinas de movimentação de carga e 37 homens. Foram recolhidos já 62 metros cúbicos de sargaço, acrescenta a nota de imprensa enviada à nossa Redacção.

A ocorrência desta alga no oceano é um fenómeno natural, que tem mais prevalência em águas tropicais, como as das Caraíbas, onde existe uma grande concentração: o Mar dos Sargaços. Com as alterações climáticas e a subida da temperatura das águas, esse fenómeno tem-se deslocado no Atlântico, atingindo já Canárias, Açores e nos últimos meses a Madeira.

Para responder ao fenómeno, o Governo Regional criou um grupo de trabalho multidisciplinar, que envolve várias secretarias regionais (Economia, Mar e Pescas; Saúde e Proteção Civil; Agricultura e Ambiente), que em conjunto têm trabalhado para mitigar os efeitos da ocorrência destas algas nos mares e praias da Região.