Associação de Esgrima da Madeira faz balanço positivo a presença no Campeonato da Europa

Para a Associação de Esgrima da Região Autónoma da Madeira (AERAM) o balanço da presença das duas esgrimistas madeirenses no Campeonato da Europa em Tallinn, é altamente positivo, quer em termos técnicos e desportivos quer no plano associativo, refere um comentário da agremiação.

“O facto de a Madeira voltar a estar representada na Selecção Nacional de Esgrima passados largos anos, designadamente ao nível de provas internacionais como um Campeonato da Europa, é só por si motivo de orgulho para a modalidade na Região e um prémio para o trabalho desenvolvido por todos os agentes envolvidos, desde atletas a treinadores, passando pelos pais, suporte essencial para o desenvolvimento de cada atleta”, refere o presidente da Direcção da Associação.

Lara Luís, do CDR Santanense, e Marta Fernandes, da ADR Ponta Delgada, foram chamadas a integrar e a representar a selecção portuguesa, respectivamente nos escalões de cadetes e de juniores, que esteve presente no Campeonato da Europa que decorreu na Estónia.

Na bagagem de regresso, mais do que as posições alcançadas nas respectivas provas, conforme salientou o treinador das duas atiradoras madeirenses, Péter Csáky, “a ida ao campeonato da Europa foi extremamente positiva”, porque “apesar de nenhuma delas ter experiência em competições internacionais portaram-se bem e jogaram sempre com garra e lutaram por todos os toques obtidos”.

Do ponto de vista do treinador, que acompanhou as esgrimistas à Estónia, o ambiente de um campeonato Europeu não é comparável aos campeonatos regionais ou nacionais e, nesse sentido, “foi muito enriquecedor, especialmente por ter contactado com outros treinadores e altetas dos mais diversos países. Foi também uma oportunidade para observar formas de treino e de jogo e as lições que os treinadores deram aos atiradores.

“Basicamente, refere Péter Csáky, “vivemos e respiramos esgrima durante uma semana inteira e voltámos para a Madeira com imensa vontade de transmitir o que vimos lá fora e por em prática toda esta vivência”.

Por seu turno, Marta Fernandes, sublinhou que “participar no Campeonato Europeu de Esgrima foi das melhores experiências” que teve a nível desportivo pois “enfrentar as pistas da Europa e jogar contra adversárias de outros países foi desafiante, mas ao mesmo tempo muito enriquecedor.” “Trouxe comigo novas aprendizagens e ainda mais vontade de treinar e de melhorar”, realçou. Sentimento comungado por Lara Luís que assegura que foi “uma experiência única e inesquecível”.

A atiradora da ADR Ponta Delgada referiu que competir num Europeu não era algo que tivesse em mente quando começou na Esgrima, mas que acabou por se tornar um objetivo a alcançar nos últimos 2 anos. Por isso, disse, “senti um grande orgulho e uma certa responsabilidade ao representar as cores nacionais, dei o meu melhor para representar bem o nosso País e espero poder fazê-lo mais vezes.”

Um objectivo comum à Lara Luís que se sentiu “honrada e orgulhosa de representar o País. E assume que passou a ser “o principal objetivo” para as próximas épocas”.

Quanto à experiência em si, Marta Fernandes diz que “viajar com a comitiva nacional também foi uma boa experiência de união e trabalho em equipa, uma vez que nos apoiamos e ajudamos uns aos outros”.  “Adorei a viagem do início ao fim, porque fui para um país diferente do meu, principalmente em relação à meteorologia, e viver durante uma semana com neve foi extraordinário, concluiu.

A atleta do Santanense lembra que quando começou a praticar Esgrima “jogava por lazer” e que quando se apercebeu que tinha capacidade de ir mais além, afirma, nunca deixou de dar “sempre o seu melhor”. E os resultados estão à vista porque, como diz, vai trabalhar agora cada vez mais, “para estar preparada quando houver mais oportunidades” de ir à selecção. E nem o facto de ter sido “um desafio duro” afasta a sua vontade pois, como realça, “gostei de tudo, aprendi novas técnicas e foi muito benéfico para mim como atleta.”

A AERAM sublinha ainda que o feito alcançado pelas duas atiradoras é de um extraordinário mérito, na medida em que as condições de treino e as salas onde praticam são sem sombra de dúvida das mais pequenas em Portugal e, certamente, na Europa. Como tal, é importante que as entidades regionais olhem para estes exemplos da modalidade na Região e possam encontrar meios infraestruturais e financeiros para alavancar os próximos anos da Esgrima na Madeira, refere Marco Freitas, presidente da esgrima madeirense.