PCP vai requerer audição parlamentar sobre altas problemáticas

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O PCP vai requerer, na Assembleia Legislativa Regional, uma audição parlamentar sobre “o aumento das altas problemáticas e a urgente necessidade de encontrar soluções para o problema”, revelaram os comunistas em comunicado.

“Ao longo dos últimos dias e desde o início do ano de 2023, tem sido noticiado pelos órgãos de comunicação social, mas também pela autoridade de saúde regional o aumento exponencial das altas problemáticas.”, constatam.

Com efeito, o PCP recordou “as declarações recentes do Diretor Clínico do SESARAM, Dr. Júlio Nóbrega”, indicando que “cerca de 20% das camas das enfermarias para doentes agudos dos hospitais estão ocupadas por altas problemáticas.”

Para o PCP, “na origem deste problema estão questões económicas, sociais, habitacionais e na grande maioria atinge pessoas idosas”.

“Segundo os Censos de 2021 aumentou na Região o número de pessoas idosas  a viver sozinhas, assim como  a maioria das habitações não estão preparadas para pessoas com mobilidade reduzida, ou mesmo pessoas acamadas, impedindo o regresso a casa de muitas pessoas depois da sua alta hospitalar”, recordam os comunistas.

“A grande maioria das pessoas que se encontram em situação de alta problemática não têm suporte familiar para poderem regressar às suas casas, assim como não têm condições económicas para assegurar apoio especializado para o seu acompanhamento diário”, sustentam.

O partido considera que “estas situações de altas problemáticas ocorrem no Serviço Regional de Saúde, mas este é um problema de inclusão social sendo responsabilidade da Segurança Social.”

“A falta de resposta social faz com que no Hospital Dr. Nélio Mendonça, e no Hospital dos Marmeleiros, existam enfermarias  ocupadas com utentes que já tiveram alta clínica mas, que por questões de ordem social as famílias não vem buscar porque não têm capacidade de os receber em casa, condicionando assim a resposta a utentes que precisão de serem internados para tratamento clínico.”

“Segundo Serviço Regional de Saúde existem atualmente cerca de 195 utentes com alta clínica que continuam à espera de uma solução social, mas que permanecem nas enfermarias dos hospitais do SESARAM”, revelam.

É, por isso, “fundamental dar resposta pública ao flagelo das altas problemáticas situação que está há muitos anos a condicionar o funcionamento do Serviço Regional de Saúde.”

Na sequência do “agravamento desta problemática”, “o PCP, através do deputado Ricardo Lume, vai requerer uma audição parlamentar com a presença do Diretor Clínico do SESARAM e com a Secretária Regional da Inclusão Social  e Cidadania” com o intuito de “identificar os constrangimentos no normal funcionamento do Serviço Regional de Saúde causados pelas altas problemáticas” e “quais as respostas públicas que o Governo Regional está a implementar ou que pretende  empreender para dar um resposta social às altas problemáticas”.