PS culpa GR por falta de ligação marítima no mês de Janeiro

Os deputados do PS-M acusaram o Governo Regional de ser o culpado pelo facto de, mais uma vez, no mês de Janeiro, o Porto Santo ficar sem ligação marítima.

Em conferência de imprensa, o deputado Miguel Brito, natural do Porto Santo, criticou a posição do Governo Regional, ao não encontrar uma “solução justa” para fazer face a esta situação, acusando mesmo Miguel Albuquerque de ser “negligente” e de dever um pedido de desculpas aos porto-santenses.

O parlamentar queixou-se das dificuldades que se acentuam na ilha todos os anos no primeiro mês de cada ano, enquanto o ferry ‘Lobo Marinho’ vai para manutenção.

“Basta andar na rua para sentir a insatisfação global, quer dos empresários que não conseguem sequer facturar o suficiente para manter portas abertas, quer das pessoas, que, por exemplo, se deparam com a falta de produtos frescos diariamente nas superfícies comerciais locais”, afirma o deputado.

Miguel Brito diz ainda que há várias pessoas que, por não conseguirem viajar a tempo, acabam por perder consultas que tinham agendadas na Madeira, ficando sem saber quando as voltarão a conseguir. Aponta ainda vários casos em que as pessoas ficam prejudicadas em assuntos profissionais.

“Se hoje não temos ligação ‘ferry’ no mês de Janeiro, é porque este Governo não quer e porque decidiu pôr preço na mobilidade dos porto-santenses”, afirma o socialista.

Recorda a propósito as declarações proferidas há cerca de dois anos pela ex-directora regional adjunta dos Assuntos Parlamentares e actual deputada na Assembleia da República, Patrícia Dantas, assumindo que o Governo, por sua obrigação, teria de encontrar um ‘ferry’ para substituição.

“Encontrou, só que o valor não era ajustado para esse investimento. Eram cerca de 2 milhões de euros, quase metade do que é injectado anualmente na Sociedade de Desenvolvimento do Porto Santo”, criticou.

Miguel Brito afirmou ainda que as últimas alterações ao concurso da ligação marítima “não vêm repor justiça quase nenhuma”, adiantando, por exemplo, que os agricultores que no ano anterior já tinham dificuldade neste mês em exportar os seus produtos, “continuam exactamente com o risco de perder a sua produção por via da demora e condição em que os produtos chegam ao destino final”.

As bolsas de 10 e 3 lugares nas viagens anunciadas pelo Executivo não funcionam no mês de Janeiro, da mesma forma que as viagens para fazer face aos constrangimentos no Aeroporto da Madeira também não existem neste que é um mês em que as condições meteorológicas, habitualmente, obrigam a que sejam divergidos mais voos.

“Após sete anos de propaganda, em que foi proferido por vários dirigentes e líderes dos partidos que governam que esta seria uma matéria de relevante interesse e que seria resolvida, o que acontece é que continuaremos até 2035 sem navio por cerca de 5 semanas por ano e com as folgas semanais às terças-feiras”, insurge-se Miguel Brito.