Os representantes sindicais dos profissionais da Polícia Marítima e dos Vigilantes da Natureza reuniram-se para repudiar veementemente “a ligeireza das declarações” recentemente proferidas pelo Chefe de Estado Maior da Armada, CEMA, o conhecido almirante Gouveia e Melo, “que com sarcasmo, escárnio será a palavra certa, diz que em relação ao período de permanência nas Ilhas Selvagens “o bom, bom, era mudá-los todos os dias, mas não o podemos fazer, de dois em dois dias, também não, de três em três dias também não”, teorizando sobre ciclos logísticos adaptáveis à rendição naquele território”.
Recentemente na Madeira para uma cerimónia relativa aos 100 anos do farol da Ponta Delgada, na Madeira, Gouveia e Melo, que se tornou conhecido do grande público ao orientar a “task-force” da Covid-19 durante o período mais complicado da pandemia, está agora na mira dos representantes dos interesses dos profissionais da Polícia Marítima e dos Vigilantes da Natureza.
O Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas e a Associação Sócio-Profissional da Polícia Marítima entendem que, “com segurança pode ser retirada uma conclusão das suas palavras: As pessoas não contam, os profissionais naquele território não contam! O que conta é a prepotência do posso quero e mando”.
A ASPPM diz ter acordado o esforço máximo admissível para cumprimento de missão naquele território para o sprofissionais da PM, concertando previamente com os profissionais Vigilantes da Natureza, cuja experiência foi essencial, considerando ficarem a conviver agora duas instituições.
O presidente da República apadrinhou a missão que o Estado confiou a estes profissionais. A missão de protecção da natureza e da segurança marítima estão garantidas.
Dirigindo-ser directamente ao CEMA, os sindicalistas desafiam: “faça agora porgarantir a soberania… enviando militares para aquele território – que na visão logística de V. Exa. poderão muito bem passar 3 semanas a ração de combate. Não basta parecer sério, tem, sobretudo, de ser sério. O Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas e a AssociaçãoSócio-Profissional da Polícia Marítima são organizações sérias e honradas, e representam trabalhadores com direitos – Sim, porque o dever da missão já está a ser cumprido”.
Logo, “não pode o CEMA confundir frontalidade com afronta – que é o que está a fazer aos elementares direitos destes profissionais – ao não empenhar os meios idóneos ao cumprimento da missão de rendição”.
Mais, prossegue o comunicado às Redacções: o CEMA, ao mencionar que “estar na Marinha é sinal de ter uma vida esforçada” confunde tudo. Por um lado ser marinheiro não é de todo uma métrica de esforço; e por outro acredita-se piamente que se amissão nas Selvagens fosse fácil estariam lá os militares – e a última vez foi a desgraça conhecida. Relembramos o CEMA que nem os profissionais do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza nem os profissionais da Polícia Marítima são trabalhadores da Marinha, e muito menos militares da Marinha. Os navios são pertença do Estado português, e se a Marinha não quer cumprir a missão com brio,com habitabilidade e comodidade – que são as suas obrigações logísticas no que a esta missão diz respeito -existem outros equipamentos das Forças Armadas capazes de transportar estes profissionais com melhores condições, quer de rapidez, quer de habitabilidade, quer de conservação de alimentos frescos. Relembramos o CEMA que está estacionada debaixo do aeroporto do Funchal, uma embarcação onde foram esbanjados largas centenas de milhares de euros ao erário público (Durango Kid), e que se encontra a apodrecer naquele local. Serão estes os conceitos e definições correctos de ciclos logísticos a que se refere o CEMA?”, conclui a nota de imprensa.