O frade Carmelita Frei João Costa visita a Madeira de 26 a 29 de maio com o objetivo de apresentar o seu livro Direitos Não Confinados, segundo revela o Superior da Comunidade dos Carmelitas Descalços no Funchal, Padre Carlos Vieira.
A obra, da autoria de Frei João Costa e Verónica Parente representa uma reflexão centrada no mundo da criança, num tempo pandémico, em que o confinamento foi superado por uma diversidade de ações tão necessárias à realização do ser humano. Na introdução, designada “Há Luz no meio da noite”, leem-se as seguintes palavras: “Nós vimos que há luz no meio da noite. Sim. Há. Na escuridão uma luz brilhou. É verdade que foi preciso a noite para vermos brilhar a luz. Foi o que aconteceu. Aconteceu noite e aconteceu luz. Juntos, atravessando a noite na mesma barquinha, conseguimos encontrar forças para enfrentar os medos que bateram às nossas portas e quase engoliram a barquinha durante o confinamento. Mas eis que no meio da noite nasceu esta pequenina luz: Direitos NÃO CONFINADOS. Na noite mais escura há de sempre brilhar uma luz! Confiamos. Vamos, pois, para o livro, saltando de artigo em artigo, explicar cada um deles. Explicar? Sim, venham daí connosco. Vamos ler, observar, refletir, rezar, desenhar, pintar e fazer compromissos com o futuro!”
Ao nível da crítica, Álvaro Laborinho Lúcio comentou a propósito desta obra: “Este Direitos Não Confinados constitui, só por si, importantíssimo contributo para que se vá consolidando o conhecimento e o respeito pelos direitos da criança que, uma vez libertada da qualidade de simples «menor» – que tanto a foi diminuindo como pessoa – surge agora, perante o adulto, como um outro, um verdadeiro sujeito, portador de dignidade humana, com direito a participar activamente num mundo de todos, independentemente da sua idade. Além disso, a imaginação, tão própria das crianças, com que está concebido e foi elaborado este belo livrinho, ligada à profunda sensibilidade dos seus criadores, faz desta obra, neste tempo, um momento de esperança nas virtudes da condição humana, com todas as contradições que a definem, mas também com tanto que ele nos dá de transcendente em nós próprios. Entre a emoção e a razão nasce essa outra dimensão do belo que nos é dado pelo sorriso de uma criança feliz. É a garantia dessa felicidade, a sentir e a viver pela criança, que constitui um dever de todos nós. É, pois, do cumprimento desse «dever», que estes Direitos Não Confinados, são o mais eloquente dos exemplos”.