Rui Marote
Ao fim de muito anda para cá e para lá, optou-se por fazer a nova gare do cais norte com uma caixa de elevador… que afinal não conterá um elevador. O caso, que tem o seu quê de caricato, é o seguinte: conforme o FN oportunamente noticiou, o vice-presidente do GR, Pedro Calado, implicou com a estética da “torre” do elevador e quis que o projecto fosse alterado. Acabou-se por optar por uma solução de compromisso: utilizar a caixa de elevador já existente na Avenida Sá Carneiro, construída pela Sociedade Metropolitana, e que nunca tinha sido utilizada, a não ser para passar uns cabos para o hotel CR7 e como urinol público, pelos muitos caninos que passam naquela zona e pelos jovens endiabrados que saem tarde da noite duma discoteca próxima.
O propósito, nobre, do elevador, fosse na gare ou no sítio original da Sá Carneiro, seria minimizar
as barreiras arquitectónicas transportando os passageiros dos navios de cruzeiro chegados ao cais norte. O FN levantou a “ponta do véu” do braço-de-ferro entre a Vice-Presidência e o projectista. Ora, nas nossas incursões ao local afiançaram-nos que a caixa do ascensor não vai crescer mantendo-se no projecto inicial o espaço, de uns 2×2 metros, mas sem a torre das máquinas no topo e sem qualquer elevador lá dentro. Conclusão: a gare ganha uma “despensa” para guardar vassouras e produtos de limpeza”. Se no futuro se decidir colocar nela um elevador, ao menos já está lá a “cavidade” feita… Entretanto, espera-se que o elevador da Sá Carneiro, que deverá ser utilizado quando se recuperar a actividade normal nos portos, se consiga livrar do habitual cheiro a urina que o envolve…
