“Nós, Cidadãos!” questiona Albuquerque sobre eventual fecho das escolas da RAM

O partido “NÓS, Cidadãos!” veio hoje questionar o Governo Regional sobre o aumento de casos de Covid-19 nas escolas da RAM. Em Março do corrente ano, recorda o partido, o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, anunciava alguns procedimentos no combate ao coronavírus, não sendo, na altura, o encerramento das escolas considerado uma medida necessária. Porém, muito rapidamente se mudou de ideia e foi decretado o encerramento dos estabelecimentos escolares a partir de 16 de Março. Nessa altura, a RAM ainda não tinha registo de casos de infecção.

Albuquerque anunciou também nessa altura o fecho de todos os estabelecimentos de diversão nocturna, como discotecas, assim como dos centros de dia e de convívio, e restringiu as visitas aos lares e outras instituições de
acolhimento de pessoas idosas a um familiar directo, em horário restrito, das 14 às 17 horas.

O “Nós, Cidadãos!” aponta que nas últimas semanas (e dias), a Região regista uma média de mais de uma dezena de novos casos de COVID-19 (a maioria deles agora por transmissão local), e inscreve acima de 772 casos de infeção (mais de metade nos últimos 30 dias) e mantém 2 óbitos associados à doença; e que só na última semana foram noticiados perto de dezena e meia de novos casos de infecção pelo novo coronavírus em infantários, colégios e escolas da Região Autónoma, instituições que têm agora talvez já centenas de alunos em isolamento e dezenas de professores (alguns ainda a aguardar a realização de testes PCR); e que há centenas de surtos de Covid-19 em creches, escolas e universidades no continente. Face a este quadro, o partido pergunta ao presidente do Governo Regional “se todas as aulas estarão também suspensas nos dias 30 de Novembro e 7 de Dezembro no arquipélago, tal como no território continental, e se está a ser equacionada a hipótese de se passar a um regime misto (sabendo que a regra é o regime presencial), assim como equacionada a possibilidade de antecipação das férias de Natal, para se diminuir o risco de propagação da COVID-19″.

Conforme enuncia Miguel Costa (deputado municipal na CMF e membro da Comissão Política Nacional do
“NÓS, Cidadãos!”),  de acordo com os números avançados pela Secretaria Regional da Educação, Ciência e Tecnologia, estão presentemente de baixa cerca de 200 professores, sendo apenas uma das situações identificada como originada pelo risco da COVID-19, mas muitos outros estão em claro “burnout” face às actuais circunstâncias em que estão a trabalhar, e este número não indica os casos em isolamento profilático; o país ultrapassou este fim de semana as 250 mil infeções e tem um novo recorde de casos activos, Universidades e Institutos Politécnicos estão a praticar um misto de ensino presencial com ensino à distância – e já se fala na antecipação das férias escolares do Natal –, pois é urgente travar a transmissão da doença, sendo necessário garantir que os profissionais de saúde têm capacidade também para ir prestar outros tipos de actividade assistencial, na medida em que as outras doenças não desapareceram (…)”.