Rui Marote
As entidades governamentais decidiram “homenagear” de forma duvidosa o falecido actor madeirense Virgílio Teixeira, maior galã de cinema em Hollywood, dando-lhe o nome da estrada da Lota. Um arruamento onde o único número de porta é, precisamente, o do lugar onde se vende peixe… Entretanto, há personalidades dos ex-governos jardinistas que, em vida, já têm escolas com os seus nomes, etc. Enfim. São sem dúvida mais merecedores!
Mesmo assim, Virgílio terá ligeiramente melhor destino que o conhecido cantor Max, a quem se atribuiu uma rua sem uma única morada e que os madeirenses nem sabem onde fica.
Já agora, o Estepilha sugere, segundo a lógica seguida, porque não denominar a “Lota Virgílio Teixeira” e colocar lá a sua efígie, como a de Cristiano Ronaldo ornamenta o Aeroporto? Já agora, conceder-lhe o título póstumo de “arrais”!
O actor do segundo filme de “Os Sete Magníficos” passaria assim a ser um verdadeiro pescador, não de fãs, mas de peixes, mesmo. E porque não um “passeio da fama” frente à lota, com estrelas no chão?
Enquanto o nosso reconhecido actor sofre este caricato destino, recorde-se que o Governo Regional atribuiu o nome de uma rotunda a poucos metros da estrada da “Lota Virgílio Teixeira”, mas numa zona mais nobre, a um britânico de seu nome Bernard Harvey Foster. Tudo o que fez pela Madeira foi dar umas voltas aqui com o seu automóvel, e ter sido o primeiro a fazê-lo, porque tinha dinheiro para comprar carro numa época em que os mesmos eram uma raridade… Outros nomes de individualidades estrangeiras ocupam áreas de destaque na urbe funchalense.
Lá diz o ditado que “santos da casa não fazem milagres”… a não ser que tenham sido figuras de destaque nos governos do PSD-M. Aí têm direito a ser nome de estabelecimento de ensino.