SPM considera que falta de professores vem ameaçar funcionamento seguro das escolas

O Sindicato dos Professores da Madeira considerou hoje, num comunicado, que a falta de professores ameaça o funcionamento seguro das escolas. No passado dia 31, saíram as listas de colocações de professores contratados para o próximo ano lectivo, refere a nota. Esta é a última fase do processo de colocações há muito agendado antes do início das actividades lectivas, que começam na próxima segunda-feira, dia 7.

Para o Sindicato dos Professores da Madeira, os resultados deste concurso de contratação foram uma desilusão por terem ficado aquém das necessidades reais das escolas no actual contexto de pandemia. “Na verdade, as carências de docentes já sentidas em vários grupos de recrutamento, em anos anteriores, agravaram-se com a exigência da implementação de um conjunto de medidas de segurança que implicam o reforço de recursos humanos, nomeadamente, de docentes. Sem esse reforço, não será possível fazer face aos riscos inerentes à reabertura das escolas”, considera o SPM.

Daí que o Sindicato dos Professores da Madeira não tenha dúvidas de que é imprescindível reforçar o corpo
docente das escolas, porque, sem isso, não será possível garantir a redução do número de alunos por turma, essencial para que seja possível concretizar, nas escolas, o distanciamento social mínimo recomendado por todas as organizações nacionais e internacionais de saúde; proteger os docentes dos grupos de risco, que devem ficar adstritos a atividades onde não haja contacto directo com grupos de alunos, como, por exemplo, realização de actividades (aulas e outras) à distância para os alunos e crianças de grupos de risco, assessorias de órgãos das escolas, tutorias, colaboração com outros docentes na preparação das actividades lectivas e de avaliação de
alunos, ou supervisão e monitorização dos resultados das medidas de contingência implementadas
pelas escolas.

O SPM acha ainda que será preciso promover actividades de recuperação dos atrasos provocados pelos problemas resultantes do ensino à distância implementado a partir do dia 16 de Março passado.
A falta de docentes implicará, entre outras consequências, o incumprimento de muitos dos objectivos previstos nos projectos educativos das escolas, refere o texto feito chegar à nossa Redacção, e bem assim implicará  a redução de clubes e projectos, resultanto ainda no empobrecimento dos currículos, reduzindo-os ao cumprimento de programas teóricos extensos, e tendo ainda como consequência a redução da actividade física, que se tem revelado essencial para a promoção da saúde física e mental dos alunos e das crianças.

Face à previsível sobrecarga de trabalho para os docentes ao serviço, o Sindicato dos Professores da Madeira denuncia a insuficiência de docentes nas escolas e exige a colocação de todos os necessários para dar resposta à implementação das mais exigentes condições de segurança recomendadas pela Organização Mundial de Saúde, pela Direcção Geral de Saúde e pelas entidades regionais.