CDS quer revisão do Plano Regional de Apoio ao Desporto

O CDS-PP surgiu a propor a revisão do Plano Regional de Apoio ao Desporto (PRAD) para que seja feita uma separação do desporto profissional do desporto amador, desporto de lazer e desporto escolar. O responsável do partido para esta área, Luís Miguel Rosa, explicou hoje as propostas que constarão do programa que o CDS apresentará à população, no âmbito das eleições regionais de 22 de Setembro.

“O programa do CDS parte de dois pressupostos”, referiu o dirigente centrista, que também é comentador desportivo. “Aproveitar o que está bem feito, não esquecendo que o desporto na Madeira foi exemplo durante muitos anos para o território português, dando origem a debates e exposições. Não foi só desperdiçar dinheiro como muitas vezes se diz. Ajudamos a fazer grandes atletas, houve autonomização da actividade física e da prática desportiva para a população em geral. O segundo pressuposto é ajustar tudo isto à realidade dos dias de hoje.”

É nesta combinação que o CDS-PP entende necessário rever o PRAD. “Separar o desporto profissional daquilo que é considerado desporto amador”, explica Luís Miguel Rosa. “Essa separação é importante para dar outra natureza ao futebol que hoje, pela sua complexidade e devido aos milhões que gere, não deve permanecer numa simples direcção regional de Desporto e Juventude. Por outro lado, a sua inclusão no PRAD prejudica as outras actividades que embora ditas amadoras são federadas, além de que, para nós, aquilo que deve ser a política desportiva da Região nos próximos anos, deverá assentar na promoção da actividade física, que não é a mesma coisa do que praticar desporto.”

Luís Miguel Rosa diz que juntar numa direcção regional o Desporto e a Juventude é uma “ideia ultrapassada”, que “morreu há muitos anos” porque partia do pressuposto de que só os jovens praticavam desporto. “A prática desportiva é transversal, mas mais do que o desporto estamos a falar de actividade física, e é por isso que consideramos importante considerar e separar esta realidade”, sublinhou.

O critério para a atribuição de apoios também é para rever, segundo a política desportiva do CDS. “Não queremos o modelo antigo, que é por cabeça, porque não funciona”, sinaliza. “É preciso premiar o mérito, tendo em conta não apenas os resultados desportivos mas também a capacidade de mobilização, obtenção de receita e fundos e a profissionalização das modalidades”, sintetizou Luís Miguel Rosa.

As propostas constantes do programa do CDS-PP resultam dos vários contributos que o partido recebeu dos técnicos, especialistas e investigadores da área que participaram na conferência “Ouvir a Madeira, um problema, uma solução”. Desse painel resultaram as seguintes propostas:  tornar a Madeira uma das Capitais da Rede do Desporto Atlântico e palco de grandes competições. Dinamizar infraestruturas para atrair estágios de atletas e equipas. Revisão do Plano Regional de Apoio ao Desporto, separando o Desporto Amador, do Lazer, do Escolar e do Desporto Profissional, diferenciando critérios e respectivos apoios.

Outras sugestões são subvenções ao futebol profissional em função de objectivos. Criação dos Clubes-Escola com campeonatos competitivos nas diversas modalidades. A Educação Física deve privilegiar prática desportiva, independentemente da componente teórica. Desenvolver desportos náuticos para os quais as nossas ilhas dispõem de condições únicas. Programa de desporto e exercício físico para um envelhecimento activo dos nossos seniores. Dinamizar clubes de bairro e de sítio como pólos desportivos e culturais e de integração social.