Familiares das vítimas da tragédia do Monte continuam sem receber indemnizações, denuncia o CDS

Ana Monteiro defende que a Câmara não devia esperar pelas decisões judiciais para pagar as indemnizações às vítimas da tragédia do Monte.

Os familiares das vítimas da tragédia do Monte continuam sem receber qualquer indemnização da Câmara Municipal do Funchal, ano e meio depois da queda da árvore. A denúncia foi hoje feita pela vereadora do CDS na Autarquia funchalense, Ana Cristina Monteiro, que confrontou Paulo Cafôfo sobre o assunto e diz ter ficado “sem resposta”, um “silêncio” que se estendeu a “toda a vereação da Confiança”.

A vereadora diz que “ao contrário do que sempre afirmou a vereação que governa a autarquia do Funchal, “a garantia da responsabilidade civil legal e extracontratual imputável aos municípios está regulamentada por lei e serve para cobrir danos patrimoniais causados a terceiros decorrentes de atos de gestão pública”, conforme estipula o Código Civil e demais legislação. O entendimento da CMF tem sido o de “esperar” pelas decisões judiciais. A posição do CDS-PP é contrária e já o então vereador do CDS e agora líder do partido, Rui Barreto, por mais de uma vez instigou a vereação a participar à seguradora o sinistro ocorrido no arraial do Monte, por forma a que o seguro avançasse com as indemnizações devidas às famílias e cobrisse as despesas resultantes dos tratamentos e cuidados prestados aos feridos”.

Ana Cristina Monteiro apontou a um exemplo contrário ao da autarquia funchalense. “No caso dos incêndios em Pedrógão Grande, o Estado avançou com o pagamento de indemnizações aos familiares das vítimas e que se saiba não foram ainda tomadas quaisquer decisões judiciais”, disse, para acrescentar: “A nossa opinião é a de que a CMF deveria agir da mesma maneira e não percebemos porque razão não o faz. Está a decorrer, e bem, o processo judicial, mas isso não impede a Câmara de cumprir com a sua responsabilidade civil”.

A vereadora do CDS lamenta que a autarquia liderada por Paulo Cafôfo não assuma “a responsabilidade civil” do sinistro, que é independente da responsabilidade criminal, e mais estranha o “silêncio” perante um caso que dificilmente se apagará. “Não vamos desistir porque muitas famílias estão a sofrer em consequência dessa tragédia”, prometeu Ana Cristina Monteiro.

A tragédia do Monte aconteceu no dia 15 de agosto de 2017, em pleno arraial. A queda de um carvalho-alvarinho provocou a morte de 13 pessoas e fez mais de 50 feridos, no Largo da Fonte, “espaço público da responsabilidade do município do Funchal”.