O facto de o Instituto de Florestas e Conservação da Natureza (IFCN) não reconhecer o conteúdo do relatório da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), assim como, também, não reconhecer a avaliação geral efetuada à Laurissilva, solicitou já uma reação junto da Comissão Nacional da UNESCO.
Segundo uma nota de imprensa hoje divulgada pela Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais, neste enquadramento, foram pedidas explicações e a possibilidade de reavaliar o estado de conservação do Bem, à luz de informações que só as entidades oficiais estão em condições de disponibilizar e que para o relatório atual não foram solicitadas.
“Neste momento, após ter sido questionada pela UNESCO e a IUCN ter reconhecido não ter consultado a entidade gestora do Bem Laurissilva, o processo será revisto e aguarda o envio de um relatório, que o IFCN está a ultimar”, revela a nota de imprensa.
Lembre-se que a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) fez, em 2017, a atualização de um primeiro relatório, denominado IUCN World Heritage Outlook. Esta iniciativa da IUCN, entidade consultiva da UNESCO, procura fazer uma avaliação do estado de conservação, assim como, também, das perspetivas de sustentabilidade dos bens inscritos na UNESCO como Património Natural da Humanidade.
A metodologia de base passa por auscultar o maior número de “stakeholder’s”, incluindo a entidade gestora do Bem, no caso da Laurissilva, o IFCN. Contudo, apesar da entidade gestora ter sido auscultada para a elaboração do relatório de 2014, o mesmo não aconteceu em 2017.
A fim de evitar qualquer tipo de especulação, o IFCN esclarece que está otimista sobre a revisão das considerações do relatório de 2017 da IUCN, e garante que não está, nem nunca esteve, em causa a perda do galardão de Património Mundial Natural da UNESCO. É matéria que nem se equaciona.
“O Instituto de Florestas e Conservação da Natureza está confiante que as preocupações manifestadas pela União Internacional para Conservação da Natureza serão revistas, suportando esse otimismo nos investimentos e nas políticas de conservação da natureza que têm sido adotadas nos últimos anos”, revela.
De entre elas, destaque para os cerca de 1 milhão e 600 mil euros para a beneficiação de infraestruturas de apoio à deteção e vigilância de incêndios florestais e proteção da floresta; a limpeza, desde 2014, de 800 hectares de vegetação invasora; as cerca de 900 mil árvores plantadas; a criação de 3 novos percursos recomendados e a planificação de nova rede do Rabaçal, onde serão investidos 1,4 milhões para reduzir a carga sobre o terreno.