LuxStar no “fio da navalha” e de “mãos atadas” lamenta processo da Teixeira Couto que atrasa iluminações de Natal

luzes-003.jpg.jpegO processo relacionado com a iluminação de Natal 2018, no Funchal, já tem polémica que chegue para fazer durar a discussão à volta daquilo que certamente poucos estariam à espera. O trabalho no terreno está atrasado e neste momento há dificuldades para garantir a normalização do processo relacionado com um cartaz inquestionavelmente importante no contexto global da Madeira, demasiado importante mesmo para que, de novo, estejamos a assistir a uma situação de impasse, agora jurídico.
O concurso público, aberto e envolvendo o correspondente caderno de encargos, para uma duração de dois anos, ficou “deserto”. Nem a LuxStar nem o consórcio Teixeira  Couto conseguiram “luz verde”, no primeiro caso por uma situação relacionada com alteração parcelar do que estava consagrado para contratualização, no outro devido aos cálculos, segundo conseguimos apurar.
A segunda fase, podemos assim dizer, correspondeu, processualmente, a um ajuste direto, com o convite, por parte da secretaria regional do Turismo e Cultura, às mesmas empresas, no sentido de apresentarem propostas num outro enquadramento. Em causa, passaram a estar dois concursos, um de conceção dos motivos e outro para construção e implementação. O primeiro foi atribuído à Teixeira Couto, o segundo à LuxStar, apresentando esta empresa uma proposta inferior à do concorrente em 38 mil euros. E é este segundo concurso que está, hoje, a ser alvo de impasse, uma vez que a Teixeira Couto interpôs uma ação administrativa que se encontra para análise e que, neste momento, impede os trabalhos no terreno. Os trabalhos deste segundo concurso, uma vez que relativamente ao primeiro, nada existe que impeça o seu andamento.
Na LuxStar, naturalmente que esta realidade está a ser encarada de forma apreensiva. O proprietário, Humberto Dias, tem anos de experiência, vai para o quarto que é responsável pelos trabalhos no terreno, conhece o Funchal como poucos, também em matéria de iluminação de Natal envolvendo algumas especificidades que se prendem com o binómio inovação-tradição, e ganhou a confiança que o trabalho e a qualidade de execução lhe conferem, a si e à empresa. Está descontente com a situação, não sabe as razões que levam à ausência de trabalho de campo, naquilo que se prende com o primeiro destes dois concursos, uma vez que a ação prende-se exclusivamente com o segundo concurso, da responsabilidade precisamente da LuxStar. Fica a ideia que aquilo que é da Teixeira Couto já poderia estar em execução. “Não sei como ainda não estão no terreno”, refere o dono da Luxstar em forma de desabafo.
Humberto Dias admite que os recursos podem ser, sempre, exercidos, no enquadramento daquilo que a lei permite. Aceita que “tudo é possível em democracia e dentro daquilo que a legislação possibilita”. Não entende, no entanto, o porquê de fazer mal a quem tem desenvolvido o trabalho nesta terra, ao longo de dez anos. O problema não é só desta secretaria, o problema é de tudo o resto, num cartaz com data marcada. Não podemos iluminar a cidade para acender em janeiro”. Lembra que esta iluminação daquela que considera “a nossa terra” é feita de forma diferente, específica. Quem consegue fazer a iluminação na Madeira, está mais do que preparado para a iluminação em Paris ou até Nova Iorque. Não basta querer ou só porque se foi feliz com uma gambiarra na nossa varanda e já se pensa que pode fazer isto. Isto é mais sério do que se pensa, às vezes penso que as pessoas falam disto como se fosse a lapinha de casa”.
Fala que a empresa concorrente “já ganhou o fogo”, referindo-se ao facto da Teixeira Couto integrar o grupo Macedos, que ganhou o fogo de artifício no final de ano, diz ainda que “já ganhou o primeiro concurso” e quer ficar “com o que falta…naturalmente”. Refere-se ao que está atribuído à Luxstar e que agora está a ser impugnado pelo outro consórcio ganhador do primeiro concurso.
Para já, a LuxStar diz-se preparada para o trabalho que lhe compete. Assim que houver “luz verde” estaremos no terreno, diz Humberto Dias. “Como sempre, estamos prontos para este trabalho”. Lembra que “em todo este processo, é importante ter em conta que se trata de um final de ano assinalando os 600 anos das Descobertas. Mas recorda que há despesa a fazer, há material que é preciso comprar lá fora, em França e Espanha, algum ainda está a navegar. E há um caderno de encargos para cumprir. Estamos a viver no fio da navalha”.