
Fotos: Rui Marote
O estandarte nacional foi hoje entregue ao comandante da Força Nacional Destacada para o Iraque, numa cerimónia que congregou numerosos militares na Praça do Município, além das entidades civis e religiosas convidadas. A ocasião serviu também para o juramento de bandeira dos integrantes do Curso de Formação Geral Comum de Praças do Exército de 2018 (6º CFGCPE—2018), um momento emotivo para os jovens que optaram por servir no Exército, e respectivas famílias.
A manhã, que incluiu um desfile das forças em parada acompanhado de fanfarra, reuniu um leque apreciável de caras conhecidas no Largo do Colégio para assistir ao evento, entre as quais o representante da República, Ireneu Barreto, o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, Tranquada Gomes, o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque e o presidente da Câmara Municipal do Funchal, Paulo Cafôfo, entre outros.
O comandante da Força Nacional Destacada para o Iraque que partirá do Funchal a 5 de Novembro, major Eduardo Ribeiro, destacou numa intervenção proferida na ocasião as missões humanitárias e de manutenção da paz onde Portugal tem estado presente, desde há décadas até hoje.
“Depois das guerras ultramarinas, e até aos dias de hoje, o já Regimento de Infantaria do Funchal, e actual Regimento de Guarnição nº 3, integraram dezenas de subunidades e de forças nacionais destacadas, as quais serviram nas mais diversas missões de apoio à paz, onde Portugal teve um papel activo”, referiu.


Foi “com imenso orgulho” que apresentou a primeira missão de uma Força Nacional Destacada “inteiramente constituída e gerada na Madeira”. São 30 militares, quase todos madeirenses, que irão, conforme o Funchal Notícias já antecipadamente referiu, servir durante seis meses no campo Besmayah, no Iraque, onde actuarão como instrutores das forças militares e de segurança daquele país do Médio Oriente, no âmbito da operação “Inherent Resolve”, chefiada pelos EUA e destinada a fazer face às intenções do autoproclamado Estado Islâmico.
A coligação internacional, que pretende “contribuir para a estabilidade e segurança dos países daquela região”, conforme destacou o major Ribeiro, integra também militares portugueses.
Competiu ao Comando das Forças Terrestres a nomeação da Madeira, e especificamente do RG3, como unidade organizadora deste 8º contingente, que será integrado numa brigada espanhola. Eduardo Ribeiro mencionou ainda aspectos da preparação efectuada, técnica, física e psicológica, adequada ao teatro de operações. Concluído todo este processo, referiu, a equipa militar encontra-se neste momento devidamente aprontada, o que só foi possível, disse, devido a todo o empenhamento da cadeia de comando”.
Ao contingente, recomendou “responsabilidade, profissionalismo, dedicação diária, lealdade, empenho e entreajuda”, elementos fulcrais para o cumprimento desta missão.
Por seu turno, o comandante das Forças Terrestres, tenente-general Rui Guerra Pereira, proferiu uma alocução na qual sublinhou que a parte operacional é a que atrai, para o Exército, maior visibilidade, pelo que importa que os que partem para uma missão estejam efectivamente bem preparados. Para isso, sublinhou, concorrem vários factores, mas, em termos gerais, o soldado português é reconhecido pela sua “qualidade”. A certificação que os integrantes das missões no estrangeiro têm de obter por parte das Forças Armadas, cumprindo rigorosos padrões internacionais, é disso testemunho. Manifestou-se, consequentemente, esperançoso no “brilhantismo” com que este 8º contingente deverá cumprir as tarefas que lhe foram atribuídas.
Rui Guerra Pereira agradeceu ainda a colaboração que a instituição militar tem tido, na Região, da parte das entidades próprias do arquipélago, entre as quais o Governo Regional e a Câmara Municipal do Funchal.
A assistir a todo o desenrolar da cerimónia militar esteve ainda o comandante operacional e da Zona Militar da Madeira, general Carlos Perestrelo. As famílias dos militares que em breve partirão também marcaram presença, bem como amigos e familiares dos jovens militares que hoje juraram bandeira.

O comandante do curso também falou, dirigindo uma mensagem aos recém-formados soldados, elogiando o modo como aprenderam o que lhes foi ensinado e se adaptaram ao modo de vida castrense, adoptando novos hábitos de disciplina e adquirindo novas competências, ao mesmo tempo que tomam consciência dos deveres militares que, inclusive, lhes foram lidos e recordados no momento. Foi com orgulho que os três melhores alunos do curso foram distinguidos, e com que todos os elementos, em geral, receberam a imposição da boina de soldado.