A deputada trabalhista Raquel Coelho apontou baterias à política habitacional da Câmara Municipal do Funchal, numa intervenção incluída no debate que decorre esta manhã na ALRAM. A mesma, considerou, “deixa muito a desejar”.
Salientando que “há pessoas a viver em condições calamitosas”, referenciando “múltiplos problemas de pobreza e marginalização”, entre populações como as que, por exemplo, persistem em bairros como o da Penha de França.
A CMF “desbarata muito dinheiro”, denunciou Raquel Coelho, “em publicidade institucional no Diário de Noticias do Funchal”. Extensos suplementos e páginas, criticou, publicadas naquele matutino não têm outro fito que não seja branquear a imagem do edil funchalense Paulo Cafôfo, e insular fôlego às suas “ambições eleitoralistas”.
Por seu turno, a social-democrata Nivalda Gonçalves concordou com Raquel Coelho que “a política habitacional da CMF é mais feita através das páginas do Diário”. Durante todos estes anos, disse, a CMF insistiu muitas vezes na expressão “amianto zero” nos bairros municipais, mas, criticou Nivalda, “o que acho é que foi retirado zero de amianto”.
Considerando que tem de haver, de facto, uma racionalização de meios para a resolução dos problemas habitacionais, Nivalda Gonçalves afirmou que a Investimentos Habitacionais da Madeira (IHM) tem-se esforçado por resolvê-los e salientou as apostas de “milhões de euros” neste sentido.
Roberto Rodrigues, do CDS, alertou por seu turno para os problemas habitacionais do concelho de Câmara de Lobos, salientando que a deputada social-democrata lhes tinha dado pouca relevância na sua intervenção.
Já o bloquista Rodrigo Trancoso admitiu que o Governo Regional tentou e tenta resolver problemas de habitação na RAM, mas considerou injustas as críticas à edilidade funchalense em matéria de política habitacional. “Não é verdade que nada tenha sido feito”, afiançou. Nos Viveiros, referiu, está a ser criado precisamente um novo prédio, precisamente para alojar pessoas do bairro da Penha de França que têm menos condições. E isto, com recursos financeiros da autarquia. Nesse sentido, rejeitou as “guerrilhas entre o Governo e a Câmara”.
Raquel Coelho não desarmou e insistiu que Rodrigo Trancoso comentasse as inúmeras páginas de publicidade feita pelo Executivo de Cafôfo no Diário de Notícias da Madeira, perguntando-lhe se essa publicidade institucional é um bom investimento da CMF, ou um malbaratar de dinheiros públicos.
O mesmo disse o deputado independente Gil Canha, criticando estes gastos. Mas Rodrigo Trancoso, numa resposta oblíqua, conseguiu gastar o seu tempo para responder… sem responder efectivamente se concordava ou não com estes gastos da Câmara no DN-Madeira.