Muitas questões têm sido colocadas ao secretário regional das Finanças, que defende, numa bancada preenchida pelo Governo em peso, o Orçamento da Região para 2017. Toda uma série de opções questionáveis deste Orçamento foram colocadas pelos múltiplos partidos da oposição, num debate que de resto, e tirando um breve momento mais intenso no principio, tem decorrido de forma bastante “morna” e sem grandes excitações.
A manutenção de parcerias público-público privadas; do Jornal da Madeira, que continua a ser sustentado com 320 mil euros do erário; a atribuição, por ajuste directo, da concessão do Centro Internacional de Negócios ao Grupo Pestana; o facto de se prometer continuamente, mas no entender dos deputados da oposição, não se irem verdadeiramente concretizar obras no Hospital dos Marmeleiros, nem a ETAR do Funchal, prometida já há 20 anos, ainda quando Miguel Albuquerque era presidente da Câmara Municipal do Funchal; e muitos outros assuntos foram “atirados” ao Governo, perante um Orçamento que, para as outras forças políticas, é um orçamento “de batota”, como o expressou Edgar Silva, do PCP, que considerou que se trata de um documento de faz-de-conta. Para o parlamentar comunista, o Governo Regional sabe que há muitas intenções que não passarão disso mesmo e não atingirão a fase de concretização.
Deputados como Mário Pereira, do CDS, apontaram a progressiva degradação dos cuidados de saúde na RAM e a desmotivação dos profissionais do sector. O problema da construção do novo hospital, das obras no hospital dos Marmeleiros e a forma como médicos e enfermeiros têm sido tratados são problemas que continuam à espera de resolução. Mário Pereira lembriu mesmo o caso noticiado pelo FN, da médica do Centro de Saúde do Curral das Freiras, que abandonou o serviço regional de saúde denunciano a maneira como foi tratada. A precariedade laboral e o problema do desemprego foram apontados também pelo JPP, que considerou que são questões que estão a ser negligenciadas e para a resolução das quais faltam medidas efectivas.
Desde o avião cargueiro que nunca veio para a Região, ao contrário do que foi prometido, à inexistência real de consolidação de contas, e à dívida escondida fruto de irresponsabilidade governativa, que ainda hoje os madeirenses estão a pagar, aspectos denunciados por Jaime Leandro, PS, Rui Barreto, CDS, ou Élvio Sousa, JPP, foram muitas as perguntas até agora, num debate que continua hoje à tarde. Rui Barreto foi dos primeiros a criticar e a considerar este orçamento “uma oportunidade perdida”.
Gil Canha, deputado independente, acusou o GR de continuar a tradição de entregar sempre aos mesmos os mesmos monopólios. Exemplificou com o ajuste directo com o Grupo Pestana, para o CINM.
As nomeações políticas, classificadas em mais de 600 até à data pelo JPP, foi outra “pedra” atirada ao PSD, e da qual Rui Gonçalves se desviou algo desajeitadamente, ao negar, mas de forma pouco afirmativa, este número.