JPP quer que missas do parto sejam património cultural imaterial

elvio-sousaO Grupo Parlamentar do Juntos pelo Povo (JPP) apresentou na Assembleia Legislativa Regional (ALRAM) um projeto de resolução que recomenda ao Governo madeirense, através da Direção Regional de Cultura, que proceda à inventariação, classificação e divulgação das Missas do Parto como Património Cultural Imaterial.

“A produção jurídica da RAM é das mais pobres ao nível nacional, não se conhecendo à data diplomas que pretendam regimes de proteção específicos para o património cultural. Daí ser oportuno, legítimo e culturalmente singular, esta recomendação”, revelou Élvio Sousa, esta segunda-feira, 10 de outubro, em conferência de imprensa na ALRAM.

O líder parlamentar do JPP lembra que a Lei de bases do património cultural enquadra a proteção legal dos bens culturais, uma lei de 2001 que até hoje não foi regulamentada pelo Governo Regional da Madeira. Neste contexto, cabe à Direção Regional de Cultura promover “ações integradas que visem a preservação e valorização do património cultural imóvel, móvel e imaterial”, o que por si já constitui uma competência material, independentemente de haver regime específico.

“Numa altura em que temos um Governo Regional que anda a apagar com betão, o passado histórico de uma das mais antigas capitais dos Descobrimentos Portugueses (o cordão de pedra das pontes do Funchal), com o silêncio cúmplice da Direção Regional de Cultura, temos que propor ao governo que valorize e que classifique a memória cultural”, afiançou o deputado do JPP.

Paralelamente o JPP deu entrada a um projeto de resolução similar para a tradição dos Fachos em Machico e está a preparar com uma equipa interdisciplinar tendo em vista a consagração de um novo regime jurídico para o património cultural arqueológico.