Câmara fecha os olhos e a fiscalização não actua

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Rui Marote

A autarquia do Funchal candidata-se pela segunda vez à Bandeira Verde Eco XXI, que distingue as boas práticas ambientais. São monitorizados valores relacionados com a educação ambiental; entre outros, a limpeza dos espaços públicos e as medidas tomadas para ser uma cidade exemplar. A intenção merece o nosso aplauso, mas na realidade isso não acontece.
Para abrir um simples café, de vão de escada, um restaurante, um snack-bar, um dos requisitos é a existência de WC. Mas temos exemplos flagrantes do contrário mesmo no centro do Funchal.

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Nas barbas da Câmara Municipal, no Mercado dos Lavradores, a situação é caricata. Quando o Mercado está encerrado, os utentes dos cafés ao redor do Mercado deixam de poder utilizar os WC públicos. Por exemplo, aos frequentadores do bar ‘Cica’, local de romaria dos apreciadores da tradicional carne de vinho e alhos, só lhes resta pedir para usar os WC dos bares das ruas adjacentes… claro que a opção mais fácil é sempre verter os líquidos numa qualquer esquina ou mesmo nas paredes do mercado.

Na Rua Fernão de Ornelas, e noutras artérias centrais da cidade, o número de cafés existente é grande. Alguns nem casa de banho para os funcionários possuem, quanto mais para os clientes. Quem deu licença para esses estabelecimentos? A fiscalização, na altura da concessão do alvará, ficou-se pela decoração…
Continuamos com o nosso grito de alerta para acabar com o urinol na via pública… uma praga que os funchalenses têm de suportar, com as entidades responsáveis a assobiarem para o firmamento.

Será que o júri do Eco XXI percorre o Funchal de óculos escuros? Para nós, a candidatura desta cidade mereceria um chumbo redondo…